postado em 24/04/2013 09:56
A Corte de Constitucionalidade (o equivalente à Suprema Corte) da Guatemala deu prazo para o Ministério Público rever o processo de acusação de genocídio contra indígenas, feita ao ex-presidente do país José Efraín Ríos Montt (1982-1983), de 86 anos, e ao general da reserva José Mauricio Rodríguez Sánchez, que era o chefe da Inteligência Militar do governo de Efraín Ríos.A Corte de Constitucionalidade quer esclarecer erros detectados na fase inicial de instrução do processo. No primeiro dia de julgamento, por exemplo, em 19 de março, o ex-presidente Efraín Ríos ficou sem advogado, depois que ele foi expulso da sala pelo juiz que presidia os trabalhos.
O Ministério Público da Guatemala acusa o ex-presidente e o general da reserva de serem os autores intelectuais de pelo menos 16 massacres, cometidos de 1982 a 1983. Neste período foram assassinados 1.771 indígenas ixiles no departamento (estado) de Quiché.
[SAIBAMAIS]A Organização das Nações Unidas (ONU) apelou às autoridades judiciais da Guatemala para que retomem o julgamento. Segundo relatório das Nações Unidas, apresentado em 1999, 90% das violações aos direitos humanos durante a guerra civil na Guatemala foram praticadas entre 1978 e 1984.
Em 1999, a Prêmio Nobel da Paz a guatemalteca Rigoberta Menchú apresentou denúncias de casos de tortura, genocídio, detenção ilegal e terrorismo cometidos durante o governo de Efraín Ríos com apoio de generais, hoje na reserva. Ela também denunciou o envolvimento de civis.