Mundo

Maduro e Capriles convocam concentrações para 1º de maio na Venezuela

Capriles também convocou seus seguidores a participar no mesmo dia de "uma mobilização em todos os estados do país para rejeitar o aumento incompleto do Governo"

Agência France-Presse
postado em 24/04/2013 18:39
Caracas - O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, e o líder da oposição Henrique Capriles convocaram nesta quarta-feira concentrações para o Dia do Trabalho, depois das fortes tensões que se seguiram às eleições presidenciais de 14 de abril.

"Em 1; de maio toda a classe operária vai às ruas demonstrar à burguesia fascista onde está e ao que está disposta para defender esta pátria independente, soberana e socialista", declarou Maduro em entrevista por telefone transmitida pelo canal oficial VTV.

Momentos antes, Capriles também convocou seus seguidores a participar no mesmo dia de "uma mobilização em todos os Edos (estados do país) para rejeitar o aumento ;chucuto; (incompleto) do Governo", escreveu em sua conta no Twitter.

Após as eleições, Capriles desconheceu a vitória por estreita margem de Maduro, por 1,8 ponto percentual, e convocou seus partidários a se mobilizarem por todo o país, em manifestações que posteriormente deixaram 9 mortos e 78 feridos, segundo números do governo.

Há uma semana, Maduro desautorizou uma marcha até o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), no centro de Caracas, convocada por Capriles para pedir uma recontagem de votos, que dias depois seria concedido parcialmente pela entidade eleitoral.



No entanto, após os episódios de violência, o líder opositor pediu que seus simpatizantes permanecessem em casa e protestassem com "panelaços" seu desacordo até a posse de Maduro como presidente, na sexta-feira passada.

Em outras ocasiões, Capriles suspendeu marchas previstas convocadas para coincidir com o ;chavismo; e evitar eventuais confrontos.

Durante a campanha eleitoral, Maduro ofereceu um aumento de até 45% do salário mínimo em três etapas: em maio de 20%, em setembro de 10% e em novembro entre 5% e 10%, de acordo com a inflação, que em 2012 fechou em 20,1%, a taxa mais elevada da América Latina.

Mas Capriles, governador do estado de Miranda (norte), considera "inaceitável" a proposta em um momento de inflação alta, afirmou em outro tuíte. "Nós propusemos ao nosso povo um aumento geral de 40% e vamos lutar por isso! No 1; de Maio, vamos mobilizar todo o país", reiterou.

Em fevereiro, o governo desvalorizou a moeda venezuelana, o bolívar, em quase 32% e em março adquiriu divisas em leilões com o dobro deste valor, segundo estimativas de analistas, para reduzir a falta de divisas.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação