Renata Tranches
postado em 25/04/2013 06:03
Na tentativa de tirar o país do atoleiro político, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, designou ontem como primeiro-ministro o líder parlamentar do bloco de centro-esquerda, Enrico Letta, que terá a tarefa ; nada fácil ; de formar um novo governo até o fim da semana. Passados 57 dias de impasse, após as eleições legislativas, a escolha de Letta não traz a esperança de soluções a curto prazo para os problemas italianos, em particular para a aguda crise econômica. Mas a expectativa é de que, uma vez obtido o voto de confiança do parlamento, o gabinete consiga ao menos reformar a lei eleitoral, para que possam ser convocadas novas eleições. O atual sistema de votação tem sido culpado pela ingovernabilidade, e o tema foi citado pelo premiê como uma de suas prioridades.
Letta foi designado pelo presidente depois que o Partido Democrático (PD), pelo qual se elegeu deputado, falhou reiteradas vezes em apresentar um nome capaz de reunir um consenso entre as demais siglas. Vencedor das eleições legislativas do fim de fevereiro, por margem mínima, o bloco que tem o PD como núcleo não obteve a maioria absoluta no Senado. O líder do partido, Pier Luigi Bersani, tentou aproximar-se até do Movimento 5 Estrelas (M5S), do comediante antissistema Beppe Grillo, que saiu das urnas como terceira força política do país e expressão do descontentamento do eleitorado. Após ser criticado também por não conseguir emplacar uma candidatura à Presidência ; o que levou à reeleição de Napolitano, aos 87 anos ;, Bersani renunciou ao comando do PD.