Renata Tranches
postado em 26/04/2013 06:05
Em uma mudança de tom significativa, o governo americano admitiu ontem, pela primeira vez, a possibilidade de que forças ligadas ao regime de Bashar Al-Assad tenham usado armas químicas na guerra civil que conflagra a Síria. Possivelmente, o agente teria sido o gás sarin. A declaração foi feita pelo secretário de Defesa, Chuck Hagel, um dia depois de Israel ter feito a mesma acusação ; inicialmente tratada com reservas em Washington. Preocupada em não repetir o mal-estar causado em 2003 por acusações infundadas sobre armas de destruição em massa, usadas pelo governo de George W. Bush para justificar a guerra ao Iraque de Saddam Hussein, a Casa Branca apressou-se em frisar que não agirá contra Assad antes de ter ;provas conclusivas; para tomar qualquer ação. Mesmo que não resulte em uma campanha militar, porém, a suspeita levantada por Hagel deve aumentar a pressão sobre aliados da Síria, como Rússia e China, com o objetivo de obter uma resolução mais dura no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em viagem aos Emirados Árabes, o secretário afirmou que órgãos de inteligência dos Estados Unidos teriam detectado, ;com graus variáveis de confiabilidade;, o uso de armas químicas ;em pequena escala; no conflito sírio. ;Acreditamos que qualquer uso delas deve ter origem no regime de Assad;, disse Hagel. Em diferentes ocasiões, o presidente Barack Obama afirmou que a utilização de agentes químicos seria considerado uma ;linha vermelha;, cuja violação teria ;enormes consequências;. Questionado se esse marco havia sido ultrapassado, admitiu que algumas perguntas permanecem em aberto.