Agência France-Presse
postado em 27/04/2013 19:14
Caracas - Um integrante do partido opositor venezuelano Vontade Popular, o general da reserva Antonio Rivero, foi detido depois que o governo divulgou um vídeo em que supostamente instrui estudantes para protestar após as eleições de 14 de abril, denunciou neste sábado (27) um líder da agremiação."Denunciamos perante o país a detenção ilegal, injustificada e ilegítima de Antonio Rivero. Nós nos pronunciaremos nas próximas horas", escreveu em sua conta no Twitter Leopoldo López, dirigente nacional do Vontade Popular, que faz parte da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
O secretário-executivo adjunto da MUD, Ramón José Medina, informou por meio da rede social que Rivero está no "Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional), incomunicável e não dizem de que é acusado".
A detenção, que não foi confirmada pelas autoridades, ocorreu depois que o ministro do Interior, Miguel Rodríguez, difundiu, na quinta-feira, um vídeo em que Rivero, ex-diretor da Proteção Civil, supostamente aparece dando instruções a alguns jovens em uma mobilização na praça Altamira (leste de Caracas), no dia seguinte às eleições presidenciais.
Os protestos da oposição, em repúdio aos resultados das eleições, vencidas pelo presidente Nicolás Maduro por uma estreita margem sobre o líder da oposição Henrique Capriles, deixaram nove mortos e dezenas de feridos, segundo números da promotoria.
Após a difusão do vídeo, Rivero, que no passado teve boas relações com o chavismo para depois denunciar a presença de militares cubanos nas Forças Armadas da Venezuela, repudiou as afirmações argumentando que o governo busca "criminalizar qualquer ação de protesto".
A partir de suas denúncias sobre a presença de militares cubanos no país, Rivero foi acusado em agosto de 2010 pela suposta prática dos delitos de "ultraje" às Forças Armadas e revelação de informações militares secretas, mas seu julgamento permanece pendente.
O ministro também anunciou na quinta-feira a captura de um suposto agente de inteligência americano, identificado como Timothy Hallet Tracy, por supostamente financiar grupos de estudantes venezuelanos para gerar violência na Venezuela após as eleições.