Agência France-Presse
postado em 29/04/2013 15:21
Beirute - O primeiro-ministro sírio, Wael al-Halaqi, escapou ileso nesta segunda-feira (29/4) de um atentado em Damasco, o primeiro contra uma autoridade de alto escalão desde julho de 2012, quando quatro altos funcionários do regime do presidente Bashar al-Assad foram assassinados.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um novo apelo às autoridades sírias para que autorizem uma equipe de especialistas da ONU a investigar no terreno, "sem prazos e sem condições", o uso de armas químicas no conflito sírio.
Contudo, a Rússia advertiu para a possível repetição do cenário iraquiano na Síria, com a utilização do argumento de busca de armas de destruição em massa como pretexto para derrubar o presidente Assad.
O primeiro-ministro Al-Halaqi, nomeado no dia 9 de agosto de 2012 para o lugar de Riad Hijab, que abandonou o regime em protesto pela repressão da rebelião, escapou do atentado em Damasco que deixou seis mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos(OSDH).
Uma carga explosiva foi ativada por controle remoto durante a passagem do comboio de automóveis no bairro de Mazzé, situado no centro-leste da capital síria e onde estão localizados diversas embaixadas, edifícios governamentais e a sede do serviço secreto.
Um fotógrafo observou no local do atentado vários veículos queimados, entre eles um ônibus, e vários automóveis estacionados com as janelas quebradas. Os serviços de segurança isolaram a região.
O chefe de Governo, citado pelo canal Al-Ikhbariya, declarou que o atentado "é uma prova do desânimo e desespero dos grupos terroristas diante dos êxitos do Exército sírio" no conflito. O regime chama os rebeldes de "terroristas".
Já na região de Deraa (sul), um ataque da aviação contra a cidade natal do primeiro-ministro, Jassem, deixou onze pessoas mortas, incluindo oito insurgentes.
Combates nos arredores do aeroporto de Damasco
Segundo o OSDH, que se baseia em uma ampla rede de militantes, médicos e advogados em toda a Síria, foram registrados combates entre soldados e rebeldes nas proximidades do aeroporto internacional de Damasco, localizado 27 km a sudeste da capital, o que provocou a paralisação do tráfego aéreo.
De acordo com uma fonte da segurança, por volta das 06h30 (00h30 de Brasília) combates entre um pequeno grupo armado e as forças de segurança bloquearam por uma hora a auro-estrada que leva ao aeroporto.
O jornal Al-Watan, ligado ao regime, mencionou uma "batalha pelos aeroportos em Aleppo", a metrópole do norte, com a mobilização de "milhares de combatentes." "Mas os serviços competentes foram capazes de responder aos ataques repetidos", indicou o diário. De acordo com um registro preliminar do OSDH, ao menos 41 pessoas morreram em meio à violência nesta segunda-feira.
Enquanto o debate sobre a utilização por parte do regime de armas químicas contra a população agita os ocidentais, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon fez um novo apelo às autoridades sírias para que autorizem uma equipe de especialistas da ONU a investigar no terreno.
Esta equipe "segue disposta a se deslocar para a Síria em um prazo de 24 a 48 horas", assim que Damasco der sua autorização, repetiu Ban. "Peço outra vez encarecidamente que as autoridades sírias autorizem a investigação sem prazo e sem condições".
Ban considera que "uma investigação completa e crível exige um acesso completo às instalações" suspeitas para "dissipar todas as dúvidas acerca do caso". Mas o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, questionou este apelo lançado por Ban. "Este pedido do secretário-geral em referência a um evento, lembra-nos das tentativas de repetir na Síria uma prática análoga à utilizada no Iraque, quando buscas por armas de destruição em massa foram realizadas", declarou o ministro russo. A Rússia é um dos últimos aliados do regime em Damasco.
O argumento dos Estados Unidos em relação à presença de armas de destruição em massa no Iraque foi usado para justificar a invasão deste país em março de 2003, que levou à derrubada de Saddam Hussein. Este argumento se revelou falso posteriormente.
Já a França assumiu nesta segunda-feira uma posição um pouco diferente da demonstrada por Estados Unidos e Grã-Bretanha em relação à utilização de armas químicas contra a população. "Não temos certeza. Há indícios que foram fornecidos pelos ingleses e pelos americanos. Estamos verificando isso", afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um novo apelo às autoridades sírias para que autorizem uma equipe de especialistas da ONU a investigar no terreno, "sem prazos e sem condições", o uso de armas químicas no conflito sírio.
Contudo, a Rússia advertiu para a possível repetição do cenário iraquiano na Síria, com a utilização do argumento de busca de armas de destruição em massa como pretexto para derrubar o presidente Assad.
O primeiro-ministro Al-Halaqi, nomeado no dia 9 de agosto de 2012 para o lugar de Riad Hijab, que abandonou o regime em protesto pela repressão da rebelião, escapou do atentado em Damasco que deixou seis mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos(OSDH).
Uma carga explosiva foi ativada por controle remoto durante a passagem do comboio de automóveis no bairro de Mazzé, situado no centro-leste da capital síria e onde estão localizados diversas embaixadas, edifícios governamentais e a sede do serviço secreto.
Um fotógrafo observou no local do atentado vários veículos queimados, entre eles um ônibus, e vários automóveis estacionados com as janelas quebradas. Os serviços de segurança isolaram a região.
O chefe de Governo, citado pelo canal Al-Ikhbariya, declarou que o atentado "é uma prova do desânimo e desespero dos grupos terroristas diante dos êxitos do Exército sírio" no conflito. O regime chama os rebeldes de "terroristas".
Já na região de Deraa (sul), um ataque da aviação contra a cidade natal do primeiro-ministro, Jassem, deixou onze pessoas mortas, incluindo oito insurgentes.
Combates nos arredores do aeroporto de Damasco
Segundo o OSDH, que se baseia em uma ampla rede de militantes, médicos e advogados em toda a Síria, foram registrados combates entre soldados e rebeldes nas proximidades do aeroporto internacional de Damasco, localizado 27 km a sudeste da capital, o que provocou a paralisação do tráfego aéreo.
De acordo com uma fonte da segurança, por volta das 06h30 (00h30 de Brasília) combates entre um pequeno grupo armado e as forças de segurança bloquearam por uma hora a auro-estrada que leva ao aeroporto.
O jornal Al-Watan, ligado ao regime, mencionou uma "batalha pelos aeroportos em Aleppo", a metrópole do norte, com a mobilização de "milhares de combatentes." "Mas os serviços competentes foram capazes de responder aos ataques repetidos", indicou o diário. De acordo com um registro preliminar do OSDH, ao menos 41 pessoas morreram em meio à violência nesta segunda-feira.
Enquanto o debate sobre a utilização por parte do regime de armas químicas contra a população agita os ocidentais, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon fez um novo apelo às autoridades sírias para que autorizem uma equipe de especialistas da ONU a investigar no terreno.
Esta equipe "segue disposta a se deslocar para a Síria em um prazo de 24 a 48 horas", assim que Damasco der sua autorização, repetiu Ban. "Peço outra vez encarecidamente que as autoridades sírias autorizem a investigação sem prazo e sem condições".
Ban considera que "uma investigação completa e crível exige um acesso completo às instalações" suspeitas para "dissipar todas as dúvidas acerca do caso". Mas o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, questionou este apelo lançado por Ban. "Este pedido do secretário-geral em referência a um evento, lembra-nos das tentativas de repetir na Síria uma prática análoga à utilizada no Iraque, quando buscas por armas de destruição em massa foram realizadas", declarou o ministro russo. A Rússia é um dos últimos aliados do regime em Damasco.
O argumento dos Estados Unidos em relação à presença de armas de destruição em massa no Iraque foi usado para justificar a invasão deste país em março de 2003, que levou à derrubada de Saddam Hussein. Este argumento se revelou falso posteriormente.
Já a França assumiu nesta segunda-feira uma posição um pouco diferente da demonstrada por Estados Unidos e Grã-Bretanha em relação à utilização de armas químicas contra a população. "Não temos certeza. Há indícios que foram fornecidos pelos ingleses e pelos americanos. Estamos verificando isso", afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.