Agência France-Presse
postado em 01/05/2013 08:51
Dacca - Milhares de pessoas protestaram nesta quarta-feira (1;/5) nas ruas de Dacca, por ocasião do 1; de Maio, para exigir a condenação dos donos das unidades de confecção do prédio que desabou na semana passada e provocou a morte de mais de 400 pessoas.Também nesta quarta-feira, o Papa Francisco condenou o trabalho escravo, ao mencionar no Vaticano a tragédia em Bangladesh.
"A manchete que me chocou de verdade no dia da tragédia de Bangladesh foi ;Viver com 38 euros ao mês;. Era o que recebiam todas as pessoas que morreram. É o que se chama de trabalho escravo", declarou o pontífice.
[SAIBAMAIS]Apesar dos pedidos de calma da primeira-ministra Sheikh Hasina, o governo teme atos de violência nas fábricas têxteis do país, onde operários trabalham em condições terríveis para produzir peças de empresas ocidentais.
O balanço atualizado da tragédia divulgado nesta quarta-feira informa 402 mortos encontrados nos escombros do Rana Plaza, um edifício de oito andares que desabou em Savar, perto da capital.
O general Chowdhury Hasan Suhrawardy anunciou ainda que 149 pessoas são consideradas desaparecidas.
Em Dacca, os manifestantes exigiram justiça uma semana depois da tragédia.
Eles exigiram a execução na forca para os proprietários das unidades têxteis, que obrigaram os trabalhadores a permanecer no prédio, apesar das péssimas condições do edifício.
O governo de Bangladesh também foi criticado. Empresas europeias e americanas de confecção exigiram que Dacca melhore as condições de segurança dos trabalhadores.
Os parentes das vítimas criticam o governo por ter rejeitado a ajuda oferecida por outros países para as operações de resgate.
O governo anunciou um plano de inspeção das fábricas, mas rebateu as acusações de negligência nas operações de busca por corpos nos escombros do edifício.
Sete pessoas, incluindo o proprietário do Rana Plaza, foram detidas e acusadas de homicídio doloso.