Agência France-Presse
postado em 01/05/2013 09:09
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira (1;/5) que o conflito com os palestinos não é territorial, e sim provocado por sua recusa a reconhecer a existência de um Estado judaico."O conflito israelense-palestino não é territorial, e sim radica na própria existência do Estado de Israel", declarou Netanyahu durante uma reunião no ministério das Relações Exteriores.
"A ausência de vontade dos palestinos de reconhecer o Estado de Israel como Estado nação do povo judeu: esta é a raiz do conflito", afirmou.
"A raiz do conflito não é territorial, começou muito antes de 1967 (data da ocupação dos Territórios Palestinos). Pudemos comprovar quando saímos (unilateralmente em 2005) da Faixa de Gaza, retiramos até o último colono e o que conseguimos? Foguetes contra o sul de Israel", completou o premier.
Netanyahu reiterou que está disposto a retomar "sem condições prévias" as negociações com os palestinos, suspensas desde setembro de 2010.
O primeiro-ministro fez as declarações dois dias depois de uma reunião em Washington entre uma delegação da Liga Árabe, o secretário de Estado americano John Kerry e o primeiro-ministro do Qatar, Hamad ben Khasem al-Thani, que se declarou favorável a um intercâmbio de territórios "comparável e aceito mutuamente".
Estes intercâmbios, já mencionados em negociações de paz anteriores, permitiriam a Israel conservar os grandes blocos de assentamentos onde vive a maioria dos colonos. Os palestinos receberiam zonas que estão atualmente sob a soberania israelense.
O ministro das Comunicações de Israel, Gilad Erdan, afirmou que o país se recusa a negociar com os palestinos uma retirada completa da Cisjordânia, de Jerusalém Leste e da Faixa de Gaza até as fronteiras de 1967.
"Se Israel aceitar voltar à mesa de negociações afirmando de maneira antecipada que acontecerão com base no traçado de 1967, não restará muito o que negociar. Não se pode começar a debater aceitando com antecedência que se renuncia a tudo", afirmou Erdan.
"Espero que Abu Mazen (Mahmud Abbas, presidente palestino) não piense que Israel deve renunciar a suas posições, e aceitar transferir todos os territórios nos quais acreditamos ter o direito de estar instalados", completou o ministro.