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Manifestações de 1º de maio no mundo são contra austeridade e desigualdade

Agência France-Presse
postado em 01/05/2013 12:33
Madri - Uma Europa afetada pelo desemprego protesta nesta quarta-feira (1;/5) no Dia do Trabalho contra as políticas de austeridade, ao mesmo tempo em que a Ásia denuncia as condições de trabalho e o papa Francisco pediu que os políticos atuem para gerar empregos, respeitando as "regras da justiça social".

Tanto na Grécia como na Espanha, os dois países do continente com índices recordes de desemprego, acima de 27% da população economicamente ativa, milhares de pessoas saíram às ruas convocadas pelos sindicatos.

"6.200.000 desempregados, não à austeridade", "%2bdemocracia, -austeridade", "Esta austeridade arruina e mata", indicavam alguns cartazes exibidos em Madri, uma das 82 cidades da Espanha com manifestações convocadas pelos sindicatos, que pretendem "evidenciar o fracasso total das políticas de austeridade".



"Sou um felizardo porque tenho trabalho, mas a velocidade com a qual estão destruindo o emprego na Espanha é tão grande que acredito que em breve serei afetado", afirmou à AFP José Antonio Sebastián, um engenheiro de 50 anos.

"A insegurança prevalece entre os jovens. Não há nada que me estimule a continuar estudando", disse em Atenas Yorgos Tavoularis, de 21 anos.

Quase 13.000 pessoas, segundo a polícia, protestaram em Atenas e Salônica, no momento em que o país passa por drásticos cortes dos salários e pensões, além de viver o sexto ano consecutivo de recessão.

Os barcos ficaram parados no Dia do Trabalho, o que impede as ligações com as ilhas, em consequência de uma greve convocada pelos sindicatos do setor marítimos.

Em Istambul, manifestantes enfrentaram a polícia com gritos de "morte ao fascismo", "longa vida ao 1; de Maio", depois que as autoridades proibiram os protestos na Praça Taksim, lugar emblemático da cidade turca, alegando obras de reforma.

Um esquema montado com 22.000 policiais foi mobilizado para fechar o acesso aos milhares de manifestantes. Dez pessoas ficaram feridas nos confrontos e 20 foram detidas.

A Ásia deu início às manifestações do Dia do Trabalho, com protestos em Bangladesh, onde os funcionários do setor têxtil trabalham em péssimas condições para marcas ocidentais.

Milhares de trabalhadores protestaram em Dacca para denunciar a morte de mais de 400 pessoas no desabamento de um prédio que abrigava unidades de confecção.

Em outros países asiáticos, as pessoas exigiram aumentos salariais e melhores condições de trabalho.

Nas grandes capitais europeias, manifestantes protestaram contra a austeridade e o desemprego, que atingiu um nível recorde na Eurozona, a 12,1% em março, o que aumenta cada vez mais o repúdio às políticas rigorosas.

No Vaticano, o papa Francisco fez um apelo para que os políticos "façam todo o possível para reativar o mercado de trabalho" e denunciou o desemprego como consequência de um pensamento econômico que omite "as regras da justiça social".

Manifestantes também saíram às ruas na Itália e na Polônia. Em Portugal, um dos países que recebeu ajuda financeira internacional condicionada a um plano de austeridade, os dois principais sindicatos convocaram protestos em Lisboa.

Na França, onde aumenta a impaciência com o aumento do desemprego um ano depois da chegada ao poder de um governo de esquerda, as duas principais centrais sindicais, CGT e CFDT, que não concordam sobre a resposta à crise, também devem protestar de forma separada.

Milhares de militantes da Frente Nacional, partido de ultradireita liderado por Marine Le Pen, pediram a renúncia do presidente François Hollande aos gritos de "França para os franceses".

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