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França ordena retirada de próteses ortopédicas que não cumprem normas

As próteses da empresa Ceraver "foram utilizadas em cirurgia ortopédica sem terem recebido a certificação CE", indicou o ministério da Saúde francês em um comunicado

Agência France-Presse
postado em 02/05/2013 09:53
Paris - O governo francês ordenou que sejam retiradas do mercado as próteses ortopédicas da empresa Ceraver e que seja realizada uma investigação sobre elas, após revelações de que foram colocados implantes que não cumprem com as normas europeias em centenas de pacientes na França. As próteses da empresa Ceraver "foram utilizadas em cirurgia ortopédica sem terem recebido a certificação CE", indicou o ministério da Saúde francês em um comunicado.

[SAIBAMAIS]"Baseando-se nestes primeiros dados", a ministra Marison Touraine pediu à Agência Francesa de Segurança do Medicamento (ANSM) que "tome todas as medidas necessárias para retirar lotes de produtos questionados e garantir a informação dos pacientes", indica o texto.

"Cerca de 650 pacientes" têm implantes sem certificação CE na França, declarou ao jornal Le Parisien o diretor da ANSM. "Por enquanto, não identificamos riscos sanitários, mas um problema de conformidade" com as normas europeias vigentes, acrescentou François Hébert.



"As modificações realizadas nas próteses eram pequenas e não justificavam (que fosse transmitida) uma nova certificação, que demora um ou dois anos", declarou ao mesmo jornal o presidente da Ceraver. Esta empresa especializada nas próteses de quadris e joelhos também foi acusada de realizar testes em seres humanos sem autorização.

Estas revelações são feitas enquanto ocorre na França um julgamento por próteses mamárias supostamente adulteradas. Neste processo, 5.250 mulheres, francesas em sua maioria, se declararam demandantes. No total, considera-se que 300.000 mulheres no mundo implantaram estas próteses mamárias.

Segundo as autoridades sanitárias francesas, aproximadamente um quarto das próteses PIP retiradas desde a explosão do escândalo eram defeituosas, embora não esteja provado que apresentem um risco aumentado de câncer, razão pela qual foi aberta uma pesquisa epidemiológica de dez anos.

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