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Assad visita Universidade de Damasco em meio a temores de massacre

Uma foto do presidente em meio aos estudantes foi postada na página no Facebook da Presidência síria

Agência France-Presse
postado em 04/05/2013 10:25
DAMASCO - O presidente sírio, Bashar al-Assad, inaugurou neste sábado na Universidade de Damasco um marco em memória de estudantes mortos desde o início da revolta neste país, em março de 2011, enquanto centenas de pessoas fugiam da cidade de Banias temendo um massacre.

Imagens da agência de notícias estatal Sana mostram o chefe de Estado em sua segunda aparição em quatro dias. Ele tinha visitado na quarta uma central elétrica no centro de Damasco, em ocasião do Dia do Trabalho.

"O presidente Bashar al-Assad participou da inauguração de um marco na Universidade de Damasco em memória dos mártires das universidades sírias, na presença de milhares de estudantes e de famílias de estudantes mortos", indicou a agência.

No dia 15 de janeiro, mais de 82 pessoas, em sua maioria estudantes, morreram em explosões ocorridas na Universidade de Aleppo (norte). Cento e sessenta pessoas ficaram feridas no ataque, pelo qual rebelião e governo trocaram acusações.

Em 28 de março, pelo menos doze estudantes morreram na queda de um morteiro na Faculdade de Arquitetura do centro de Damasco. A rede de televisão pública acusou "terroristas", termo utilizado pelas autoridades para designar os rebeldes que lutam contra as tropas do regime de Bashar al-Assad.

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Enquanto isso, no noroeste do país, centenas de famílias fugiam dos bairros sunitas de Banias temendo um "novo massacre", após o cometido na cidade vizinha, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, "eles começaram a fugir esta manhã dos bairros sunitas do sul da cidade em direção a Tartous e Jablé", respectivamente ao sul e ao norte de Banias.

Este êxodo começou devido a bombardeios executados na sexta-feira contra bairros sunitas e a informações sobre um "massacre" cometido um dia antes na cidade de Bayda e em uma aldeia próxima.

Os bombardeios de sexta contra o bairro de Ras al-Nabaa deixaram pelo menos nove mortos, segundo Abdel Rahman. "Há mais pessoas consideradas desaparecidas, o que pode aumentar esse registro", acrescentou.

Um vídeo de Ras al-Nabaa filmado por militantes e divulgado pelo OSDH mostra uma pilha de corpos ensanguentados em uma rua, com pelo menos uma criança entre eles.

A ONG indicou pelo menos 50 mortos em Bayda, em sua maioria civis, indicando que as mortes foram causadas por execuções sumárias e bombardeios.

A Coalizão opositora síria denunciou um "massacre em grande escala".

O regime afirmou ter matado "terroristas" em Bayda.

Junto com as cidades de Tartous e de Lattakia principalmente, Banias faz parte do chamado "país alauita" -- que se estende ao longo do litoral. Os alauitas formam a comunidade do presidente Bashar al-Assad.

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