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Doentes terminais e crônicos no Chile protestam contra custo de remédios

A manifestação, que contou com cerca de 5 mil pessoas, procura chamar a atenção do governo para que se crie um fundo nacional de medicamentos

Agência France-Presse
postado em 04/05/2013 17:00
Os doentes, alguns deles em cadeiras de rodas e outros andando apoiados por familiares, protestaram em meio a batida de tambores e bandeiras
Santiago
- Dezenas de doentes terminais e crônicos chilenos protestaram junto a seus familiares contra o alto custo dos medicamentos, em uma mobilização sem precedentes realizada neste sábado (4/5) em Santiago, segundo um jornalista da AFP.

Os doentes, alguns deles em cadeiras de rodas e outros andando apoiados por familiares, percorreram cinco quadras do centro de Santiago, em meio a batida de tambores e bandeiras onde se lia: "eu sobrevivi a um acidente vascular cerebral, e agora vivo para pagar a dívida do hospital", ou "o Estado é imoral para com os doentes terminais".


A manifestação, que contou com cerca de 5 mil pessoas, procura chamar a atenção do governo para que se crie um fundo nacional de medicamentos que permita o acesso à medicamentos das pessoas com doenças terminais e crônicas.

"Há uma proposta para um problema. A ideia é criar um fundo nacional de medicamentos, mas precisa ser apoiado pelo Estado e pelo setor privado", declarou após a marcha, Ricarte Soto, jornalista que organizou a mobilização e que sofre de câncer de pulmão.

"Atualmente nós pagamos muito caro por nossos medicamentos, algumas pessoas não têm recursos para adquiri-los e acabam se endividando, é uma enorme desigualdade", disse à AFP, Monica Castillo, que sofre de câncer de mama.

O tratamento de doenças crônicas e terminais no Chile tem custos elevados e, em muitos casos, não podem ser pagos pelo doente, que acaba adquirindo empréstimos ou hipotecas.

No Chile, 16% da população tem seguro privado de saúde que dá acesso a um tratamento adequado, mas de alto custo e cujos valores sobem a cada ano de acordo com a idade, sexo e risco, enquanto cerca de 15 milhões de pessoas precisam recorrer a um serviço público com recursos insuficientes para atender ao excesso de demanda.

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