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Talibã reivindica ataque que deixou cerca de 14 mortos no Paquistão

A menos de 5 dias das eleições, uma bomba explodiu na fronteira do país com o Afeganistão, durante comício do candidato do partido islamita Jamaat-Ulema-e-Islam

Agência France-Presse
postado em 06/05/2013 12:47
Paquistão - O Talibã reivindicou o atentado contra um comício de um partido islamita que deixou 14 mortos e mais de 50 feridos nas zonas tribais do noroeste do Paquistão, reduto dos insurgentes, a menos de cinco dias das eleições gerais do país.

Uma bomba foi acionada no início da tarde na zona tribal de Kurram, situada na fronteira com o Afeganistão, durante um comício do candidato local do partido islamita Jamaat-Ulema-e-Islam, liderado por Fazlur Rehman, às eleições legislativas de 11 de maio.



"Temos ao menos 14 mortes confirmadas e 56 feridos, muitos deles em estado crítico. O balanço pode aumentar", declarou à AFP Riaz Khan, principal líder desta região. Segundo fontes locais, os insurgentes esconderam a bomba no local do comício de Munir Khan Orakza;, um candidato local do JUI-F, partido membro da coalizão majoritariamente laica no poder.

[SAIBAMAIS]O candidato saiu ileso ao ataque, mas outro candidato, Ain ud-Din Shakir, ficou ferido, indicou o primeiro-ministro paquistanês, que exigiu a abertura de uma investigação. Ao menos 80 pessoas morreram desde 11 de abril em atentados ligados à campanha eleitoral legislativa, de acordo com um balanço contabilizado pela AFP.

Os talibãs paquistaneses do TTP, um grupo islamita armado hostil à realização de eleições, consideradas "não islâmicas", e que multiplica seus ataques contra partidos laicos em Karachi (sul) et Peshawar (norte), reivindicaram o atentado de hoje.

"Foi um ataque contra Munir Orakza;, porque ele foi membro do governo durante os últimos cinco anos. Ele apoia este governo, que lançou várias operações contra nós", declarou por telefone à AFP Ehsanullah Ehsan, porta-voz do TTP. Os talibãs paquistaneses tinha poupado até então os comícios para não se indispor com a população local.

Esses ataques limitaram a capacidade de vários partidos de fazer campanha no terreno e podem ter um impacto sobre a participação da população nesta eleição fundamental para a consolidação democrática do Paquistão, de 180 milhões de habitantes e habituado com golpes de Estado.

Mais de 600.000 membros das forças de segurança, incluindo 50.000 soldados, devem fazer a guarda dos colégios eleitorais no sábado para tentar garantir a realização das eleições, segundo a comissão eleitoral paquistanesa.

E o chefe do poderoso Exército, o general Ashfaq Kayani, reiterou o apoio dos militares a esta eleição cujo objetivo é, segundo ele, o de reforçar o estado de direito e acabar com a alternância "entre a democracia e a ditadura".

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