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Chefe da Al-Qaeda convoca ataques a interesses franceses "em todo o mundo"

O presidente francês, François Hollande, reagiu pouco depois dizendo que seu país leva as ameaças a sério

Agência France-Presse
postado em 07/05/2013 14:35
Dubai - Um chefe da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi) convocou ataques a interesses franceses "em todo o mundo", como consequência da intervenção militar francesa no Mali iniciada em janeiro. O presidente francês, François Hollande, reagiu pouco depois dizendo que seu país leva as ameaças a sério.

"É nosso dever, de todos os muçulmanos (...) atacar os interesses franceses em todas as partes, porque desde o primeiro dia da agressão se tornaram alvos legítimos", afirmou Abu Obaida al-Anabi em um vídeo divulgado na internet.

[SAIBAMAIS] Denunciando "uma cruzada dirigida pela França contra os muçulmanos" e a "ocupação por parte da França de uma terra do Islã", referindo-se ao Mali, Anabi exorta os muçulmanos à mobilização e à jihad (guerra santa), de acordo com uma gravação com data de 25 de abril.

"Se o presidente francês quiser que sua cruzada seja rápida, curta e limitada, para evitar que seu país caia em um atoleiro, como aconteceu com os americanos em Iraque e Afeganistão, nosso dever é acabar com seu plano e arrastá-lo para uma guerra aberta", afirmou Anabi.

Para o chefe da Aqmi, uma guerra desse tipo pode "esvaziar a economia francesa, esgotar suas capacidades e levá-la a uma recessão". Já Hollande afirmou pouco depois da revelação dessa mensagem que "a Aqmi faz uma ameaça que deve ser levada a sério".

"Por isso, consideramos que precisamos prosseguir com nossa intervenção no Mali pelo tempo que for necessário --embora tenhamos reduzido nossa presença-- e manter uma vigilância em torno do Mali para seguir lutando contra o terrorismo", acrescentou o chefe de Estado francês em uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do presidente polonês, Bronislaw Komorowski, em Varsóvia.



Quando as tropas francesas intervieram no Mali, no norte do país africano, essa vasta região desértica que representa dois terços de seu território estava sob controle dos grupos armados islamitas Aqmi, Ansar Din e o Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao).

Uma junta militar deu um golpe de Estado no dia 22 de março de 2012 em Bamaco e dissolveu as instituições, alegando a necessidade de combater com eficácia uma rebelião tuaregue e os grupos armados islamitas no norte do país, mas esses grupos tomaram o controle do norte e afastaram rapidamente os tuaregues do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA).

Azawad, um território árido com uma superfície equivalente às de França e Bélgica somadas, está situado ao norte do rio Níger e engloba as regiões administrativas de Kidal, Timbuktu e Gao.

A França indica que suas tropas conseguiram dominar os islamitas armados e destruíram suas bases e instalações. No entanto, as forças islamitas estão em condições de atacar soldados malinenses e franceses em rápidas ações e com atentados.

Paris já anunciou o início da retirada de seus 4.000 soldados presentes no Mali, mas pretende deixar cerca de 2.000 durante o verão do hemisfério norte, para reduzi-los a uma força de apoio permanente de cerca de 1.000 soldados após as eleições previstas em julho.

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