Agência France-Presse
postado em 07/05/2013 19:17
Londres - Os representantes de 50 países e organizações reunidos em Londres para ajudar na reconstrução da Somália após mais de 20 anos de guerra civil concluíram nesta terça-feira (7/5) que o país fez "progressos significativos", apesar de ainda ter grandes desafios pela frente."O número de ataques de pirataria cometidos diante da costa da Somália caiu consideravelmente. A fome retrocedeu. A diáspora começou a ser revertida. A economia está renascendo", acrescentaram os participantes da conferência internacional no comunicado final. Mas os insurgentes islamitas shebab ligados à Al-Qaeda continuam sendo "uma ameaça para a paz e a segurança", ressaltaram.
[SAIBAMAIS] Atentados como os que deixaram ao menos 11 mortos domingo em Mogadíscio "nos lembram quanto trabalho resta a ser feito na luta contra o terrorismo", declarou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que copresidiu a reunião com o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud.
"Estes desafios não são apenas para a Somália. Está em jogo a segurança do mundo inteiro", acrescentou o chefe de governo conservador. "Ajudar os jovens somalis a deixar a pobreza é o melhor antídoto contra o extremismo".
O presidente somali pediu "investimentos" aos participantes, alegando que "nenhum país se recuperou de tamanho afundamento econômico e social".
Para apoiar as forças de segurança do país e o poder somali, o Reino Unido prometeu 35 milhões de libras (54 milhões de dólares). A essa quantia somam-se outros 145 milhões (224 milhões de dólares) para ajudar a Somália a evitar novas crises de fome como a que deixou 260.000 mortos, a metade crianças menores de cinco anos, entre 2010 e 2012.
A União Europeia (UE) prometeu 44 milhões de euros (58 milhões de dólares) para ajudar a reforçar o sistema judicial e a polícia, e os Estados Unidos anunciaram 40 milhões em recursos adicionais que ainda devem ser aprovados pelo congresso.
A polêmica ficou por conta da participação do novo presidente do Quênia, Uhuro Kenyatta, acusado de crimes contra a Humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que fixou seu julgamento para julho.