Agência France-Presse
postado em 09/05/2013 14:44
"Enfrento, por assim dizer, dois grupos de pessimistas", declarou na abertura de uma conferência sobre investimentos em Londres. "Há alguns pessimistas pró-europeus que dizem: ;Precisamos aderir a cada uma das coisas que são propostas dentro da UE. Temos que assinar cada tratado, assinar tudo, não há alternativa. Creio que estão totalmente equivocados", ressaltou Cameron.
"O segundo grupo de pessimistas diz que não há possibilidade que não seja a de reformar a UE e que é preciso sair. Acho que também estão equivocados", disse. "Acredito que é possível mudar e reformar esta organização e mudar a relação do Reino Unido com ela", afirmou.
A UE, repetiu, "não é suficientemente competitiva, não é suficientemente aberta, não é suficientemente flexível, e não compete de maneira eficaz com as partes do mundo que crescem rapidamente". "A Europa deve ser suficientemente flexível para incluir nela países como o Reino Unido, que não adotaram a moeda única e que não a adotarão, e países que têm a moeda única", disse.
Uma semana depois de eleições locais parciais marcadas pelo avanço do partido antieuropeu e anti-imigração UKIP, Cameron é pressionado por alguns conservadores para que legisle antes do final de seu mandato, em 2015, sobre a realização do referendo.
Mas o texto tem poucas chances de ser aprovado, dada a oposição dos liberal-democratas, sócios minoritários da coalizão governamental, e dos trabalhistas. Nos últimos dias, duas figuras importantes do Partido Conservador defenderam no jornal The Times uma saída da UE.
Depois de Nigel Lawson, ministro das Finanças durante a era Margaret Thatcher, que alegou nesta terça-feira (7/5) os benefícios econômicos de uma saída, nesta quinta-feira (9) foi a vez do ex-ministro da Defesa, Michael Portillo, que pediu uma saída imediata. Ele classificou de "estratagema política" a postura defendida por Cameron que, segundo ele, levará apenas a uma "renegociação mínima".