postado em 09/05/2013 18:54
Bogotá - Enquanto a mesa de negociações do governo colombiano e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) avança em Havana, capital de Cuba, na tentativa de firmar um acordo de paz, o Congresso colombiano faz "mesas regionais" para recolher propostas e opiniões das vítimas do conflito armado no país. Os encontros regionais estão na segunda fase de reuniões. Nesta quinta-feira (9/5) as mesas ocorrem em Rio Negro, departamento de Antioquia, Norte da Colômbia. Nas reuniões são discutidas sugestões de medidas que poderão ser tomadas para ressarcir as vítimas afetadas pelo conflito.[SAIBAMAIS]A iniciativa tem o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) que se declarou "otimista" com o processo de paz, mas ressaltou que as vítimas não podem ficar de fora do contexto da negociação e que os crimes de lesa humanidade cometidos pelos atores do conflito (exército e guerrilha) deverão ser julgados.
Durante o lançamento do novo ciclo de debates regionais, o delegado da ONU na Colômbia, Fabrizio Hochschild, disse que os temas mais difíceis de trabalhar no contexto da negociação são a Justiça transicional - processo a ser definido para julgamentos, penas e possíveis anistias após firmado um acordo de paz - e a reconciliação.
"As vítimas merecem saber a verdade e poder desfrutar de reconhecimento e compensação e ter segurança por meio da Justiça, para que não aconteça a repetição dos crimes que sofreram", disse Hochschild, na abertura do ciclo de debates regionais.
A Justiça transicional definirá regras e um período a ser determinado para que o país possa julgar os milhares de casos decorrentes dos 48 anos de conflito armado colombiano. As propostas recolhidas nas mesas serão entregues aos negociadores das Farc e do governo colombiano em Havana.