A cabeça abaixada e os olhos fixos no chão em nada sugeriam que, por trás do homem vestido com o macacão de presidiário, existe um monstro. O porto-riquenho Ariel Castro, de 54 anos, preferiu o silêncio durante o primeiro encontro com a Justiça, ao escutar as palavras do assistente de promotoria Brian Murphy. ;As acusações contra o senhor Castro se baseiam em decisões premeditadas, deliberadas e depravadas para arrancar três jovens mulheres das ruas de Westside, em Cleveland, a fim de serem usadas de forma autogratificante e para lhe servir;, afirmou Murphy. ;A situação mudou. O senhor Castro está de pé ante a senhora como um prisioneiro. As mulheres estão livres para retomar suas vidas;, emendou, dirigindo-se à juíza Lauren Moore.
Timothy McGinty, promotor do condado de Cuyahoga, não descartou a pena de morte e sugeriu que as acusações contra Ariel podem chegar a milhares. ;O condado buscará acusações para cada um dos atos de violência sexual e todas as tentativas de homicídio e para cada homicídio qualificado que ele cometeu, forçando aborto;, declarou. Moore condicionou a soltura de Ariel ao pagamento de fiança de US$ 8 milhões ; US$ 2 milhões para cada uma das reféns e para Jocelyn, nascida no cativeiro. Onil, 52 anos, e Pedro, 50, irmãos de Ariel, já foram liberados.
As investigações indicam que Amanda Berry, Michelle Knight e Georgina DeJesus viveram um inferno no cativeiro. Ao ver os familiares na tevê, concedendo entrevistas e realizando vigílias para encontrá-las, as reféns sofreram um colapso emocional. Com o tempo, se adaptaram à realidade. Acorrentadas no porão, eventualmente podiam acessar o segundo andar da casa e obtiveram permissão para sair ao quintal apenas duas vezes, usando perucas e óculos escuros.
