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Vice-premiê turco acusa sírios por 43 mortos e 100 feridos em atentados

Turquia já recebeu mais de 400 mil refugiados do regime ditatorial do presidente sírio, Bashar al-Assad

Agência France-Presse
postado em 11/05/2013 19:01
Pelo menos 43 pessoas morreram em atentados neste sábado (11), na Turquia, anunciou o vice-premier, Besir Atalay, durante uma entrevista coletiva em Antakya, cidade próxima a Reyhanli, informou o canal de notícias NTV.

Os veículos explodiram em frente à prefeitura e aos correios da cidade, de 60 mil habitantes, localizada na província de Hatay, a 8km da fronteira síria, informou o ministro turco do Interior, Muamer Guler, à agência de notícias Anatolia.

[SAIBAMAIS]Guler anunciou que os autores do duplo atentado com carro-bomba têm relação com organizações ligadas ao regime sírio: "As pessoas e organizações que realizaram os ataques foram identificadas. Determinou-se que são ligadas a organizações que apoiam o regime sírio e seu serviço de inteligência", disse o ministro, citado pelo canal público TRT.

Já Atalay indicou que os autores não vieram do outro lado da fronteira, e sim encontravam-se na Turquia.

Pouco antes, o vice-premier e porta-voz do governo turco, Bulent Arinc, havia dito que o regime sírio, do presidente Bashar al-Assad, estava entre os suspeitos dos atentados.

"Com seus serviços de inteligência e seus grupos armados, costuma estar entre os suspeitos", declarou Arinc ao canal NTV, referindo-se ao regime sírio.

A região de fronteira passou a sofrer uma série de ataques à medida que o conflito na Síria se estendeu à Turquia, que foi aliada do presidente sírio Hafez al-Assad, pai e antecessor do atual presidente.

Os atentados de hoje foram os que mais causaram vítimas na Turquia desde o começo dos conflitos na vizinha Síria. Em fevereiro, um atentado com carro-bomba em Cilvegozu, pelo qual a Turquia responsabilizou agentes da inteligência síria, matou 17 pessoas e feriu outras 30.

"Seja quem for o instigador ou o executor, seja qual for a força de que dispõe, iremos exigir que nos prestem contas", afirmou Arinc.

O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, destacou "a coincidência" entre estes ataques e "a intensificação" dos esforços pelo fim da crise síria, dos quais faz parte uma visita de Erdogan a Washington no próximo dia 16.

"O fato de isto ocorrer no momento em que se intensificam os esforços mundiais relacionados à Síria não é uma coincidência", afirmou. "Nossas forças de segurança tomaram medidas. Não permitiremos provocações deste tipo em nosso país."

Socorristas continuavam buscando vítimas sob os escombros, segundo a agência Anatolia. Vários veículos foram destruídos pelas explosões.



As janelas da maioria dos prédios localizados a menos de 200m do local das explosões se estilhaçaram.

Doze ambulâncias, dois aviões e vários helicópteros foram enviados a Reyhanli, segundo o ministro da Saúde, Mehmet Muezinoglu.

Apoio internacional

O duplo atentado foi condenado por vários países. Na França, o presidente François Hollande expressou "solidariedade ao povo e às autoridades turcas".

"Estamos com o povo turco", publicou no Twitter o chefe da diplomacia britânica, William Hague.

O embaixador americano na Turquia, Francis Ricciardone, condenou os "atentados monstruosos", e garantiu que os Estados Unidos estarão ao lado da Turquia "para identificar os culpados".

A Coalizão nacional da oposição síria denunciou uma tentativa do regime de Damasco de "se vingar da população turca por seu apoio honrado ao povo sírio".

A Turquia apoia os rebeldes sírios, e pediu a Assad que renuncie. Cerca de 400 mil sírios se refugiaram em território turco, metade deles em campos de refugiados.

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