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Novas santas latino-americanas se opunham ao 'aburguesamento do coração'

Durante a cerimônia solene na Praça de São Pedro, marcada pela música sacra, o Papa lembrou a vida exemplar das duas religiosas latino-americanas que viveram na primeira metade do século XX

Agência France-Presse
postado em 12/05/2013 09:13
Cidade do Vaticano - O papa Francisco ressaltou que a freira colombiana Laura Montoya y Upegui (1874-1949) e a mexicana Guadalupe García Zavala (1878-1963) são dois exemplos de caridade que se opunham ao "aburguesamento do coração", ao proclamar neste domingo os primeiros santos de seu pontificado.

Durante a cerimônia solene na Praça de São Pedro, marcada pela música sacra, o Papa lembrou a vida exemplar das duas religiosas latino-americanas que viveram na primeira metade do século XX. Elas se opuseram "ao aburguesamento do coração, que nos paralisa", disse em italiano improvisando durante a homilia.



"Não se deve ter vergonha, nem medo nem desgosto de tocar ;a carne de Cristo;", acrescentou o Papa, que repassou a vida das duas religiosas que dedicaram sua vida aos pobres e aos mais necessitados.

A nova santa colombiana alcança a glória dos altares por seu trabalho com os indígenas e a mexicana porque, "renunciando a uma vida confortável para seguir o chamado de Jesus, ensinava a amar a pobreza, para poder amar mais os pobres e os doentes", disse o papa Francisco.

"Madre Lupita se ajoelhava no chão do hospital diante dos doentes e os abandonados para servi-los com ternura e compaixão", afirmou. "Entendeu o que significa ;tocar a carne de Cristo;", explicou. "Esta nova santa mexicana nos convida a amar como Jesus nos amou e isso nos leva a não nos fecharmos em nós mesmos, nos próprios problemas, nas próprias ideias, nos próprios interesses, mas a sair e ir ao encontro dos que precisam de atenção, compreensão e ajuda, para levar a eles a quente proximidade do amor de Deus através de gestos concretos de delicadeza e de afeto sincero", acrescentou.

As duas santas foram fundadoras de ordens religiosas. Durante a cerimônia, também foram canonizados um modesto sapateiro italiano, Antonio Primado, decapitado em Otranto (sul da Itália), junto com 800 mártires, por terem se negado em 1480 a se converter ao Islã por ordem do comandante otomano Ahmed Gelik Pascia.

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