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Vítima de Cleveland, Michelle Knight tem vida marcada pela infelicidade

O relatório de busca diz que a jovem não gozava de plenas faculdades mentais e tinha tendência a fugir

Agência France-Presse
postado em 12/05/2013 17:01
Jornal local noticia o encontro das meninas, que foram feitas reféns por anos
Michelle Knight, 32, parece não ter tido mais do que momentos infelizes em sua vida. Martirizada durante 11 anos de sequestro e abusos na "casa dos horrores" de Cleveland, Estados Unidos, e vítima de maus-tratos durante a adolescência, ela é a única das três reféns libertadas na última segunda-feira que ainda não se reuniu com a família.

Seu rosto sorridente em três fotografias antigas mostra uma jovem de bochechas redondas e cabelo encaracolado castanho acobreado, que mede menos de 1,50m e era chamada de "Shorty". Após a sua libertação, não foram divulgadas novas fotos de Michelle, que ganhou o apelido de "a refém esquecida".

[SAIBAMAIS]Em 23 de agosto de 2002, ela foi a primeira das três vítimas a entrar no carro do suspeito, Ariel Castro, 52. Naquele dia, a jovem deveria comparecer a uma audiência na Justiça para recuperar a guarda do filho.

Segundo a imprensa local, a família reportou a ausência de Michelle, mas, depois de 15 meses, o FBI retirou seu nome da lista de pessoas desaparecidas.

O relatório de busca diz que a jovem não gozava de plenas faculdades mentais e tinha tendência a fugir, o que levou à suspeita de fuga, mais do que de sequestro.

Antes de ser capturada, Michelle já tinha uma história de vida triste. Na escola, foi estuprada por um colega de classe, engravidou, e teve que abandonar os estudos, contou à imprensa um membro de sua família.

O padrasto de Michelle era violento, e chegou a ser preso por ter quebrado o braço de um menino, segundo a imprensa local.

Dias atrás, o jornal "Plain Dealer" publicou que a mãe de Michelle, Barbara Knight, disse ter se arrependido de ter convivido com um homem violento.

Perdeu a audição em um dos ouvidos
Michelle ficou confinada sozinha na casa localizada na Seymour Avenue, em Cleveland, até a chegada de Amanda, e, depois, Gina.

Ela parece ter sido a vítima mais sacrificada, e foi a última a deixar o hospital, na sexta-feira. Segundo a avó, Deborah Knight, "Michelle foi agredida com tanta força que terá que ser submetida a uma cirurgia para a reconstrução do rosto, e perdeu a audição em um dos ouvidos".

Segundo o relato de Michelle aos policiais, ela teria engravidado pelo menos cinco vezes no cativeiro. "Ariel Castro fez com que ela perdesse o bebê", diz o relatório policial, citado pela rede de TV CBS, que cita pelo menos uma gravidez no período do sequestro. Castro teria feito Michelle passar fome e a agredido na barriga, para que abortasse.

O ex-motorista de ônibus desempregado comprou uma pequena piscina inflável, na qual Amanda Berry deu à luz em 25 de dezembro de 2006. Michelle foi obrigada a ajudar no parto, sob a ameaça de ser morta caso o bebê não sobrevivesse.

No hospital, Michelle rejeitou visitas, inclusive a de sua mãe, que viajou da Flórida até Ohio.

Barbara Knight "veio ao hospital trazendo flores para a filha, mas foi informada de que ela não receberia visitas", disse seu advogado, Jay Milano. A localização atual de Michelle é desconhecida, e há rumores de que a família de Gina gostaria de adotá-la.

Segundo o advogado que representa as reféns, Michelle passa bem e disse que se reuniria com a família, os amigos e aqueles que a apoiaram no momento adequado.

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