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Ex-ditador guatemalteco é levado para hospital após desmaiar no tribunal

O ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt foi condenado a 80 anos de prisão por genocídio

Agência France-Presse
postado em 13/05/2013 14:34

Cidade da Guatemala - O ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt, condenado a 80 anos de prisão por genocídio, foi levado com urgência nesta segunda-feira (13/5) para um hospital, após desmaiar na Suprema Corte de Justiça, onde compareceria a uma audiência sobre reparação às vítimas, informou seu advogado.

"Realmente a pressão o afetou tanto que sofreu um desmaio (...) Então decidiram não levá-lo a esta sala e transferi-lo para um centro de assistência médica, essa é a história", disse à imprensa seu defensor Francisco García, na sala de audiências.



Ríos Montt, de 86 anos, havia chegado sob custódia ao tribunal vindo da prisão de um quartel militar de Matamoros, para onde foi levado na sexta-feira depois de o Tribunal Primeiro A de Maior Risco tê-lo condenado a uma pena de 50 anos por genocídio e 30 por crimes contra a Humanidade.

García se negou a informar o nome da clínica particular para onde Ríos Montt foi levado, embora haja rumores de que tenha sido internado no hospital militar.

Perdão público

Ríos Montt foi considerado responsável por 15 massacres cometidos pelo Exército, nos quais morreram 1.771 indígenas maias-ixiles no Departamento de Quiché (norte), durante seu regime repressor (1982-1983). Já seu chefe de inteligência militar na época, José Mauricio Rodríguez, foi absolvido das mesmas acusações. Na audiência desta segunda, o Tribunal de Risco, presidido pela juíza Jazmín Barrios, ordenou que o Estado da Guatemala peça perdão publicamente aos indígenas maias-ixiles.

De acordo com a ordem da juíza, os atos de perdão devem ser realizados no Palácio Nacional da Cultura, no centro da capital, e nos municípios de Nebaj, Chajul e Cotzal, que integram a região ixil em Quiché. A data não foi fixada.

Outra medida estabelece a construção de centros de educação nas comunidades ixiles, e a inclusão do crime de genocídio no Programa Nacional de Ressarcimento, que deve estabelecer as indenizações. Também ordenou que a presidência do país promova uma lei no Congresso para que o dia 23 de março, dia em que Ríos Montt tomou o poder em 1982, seja declarado "Dia Nacional contra o Genocídio".

O governo de Ríos Montt, que terminou em 8 de agosto de 1983, foi um dos mais sangrentos da guerra civil que assolou o país de 1960 a 1996, deixando 200.000 mortos ou desparecidos, segundo a ONU.

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