Agência France-Presse
postado em 14/05/2013 09:34
Seul - A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, disse nesta terça-feira (14/5) que deseja manter um diálogo com as autoridades da Coreia do Norte sobre a retirada de material bruto e produtos finalizados do complexo industrial binacional, fechado recentemente em consequência das tensões militares. Durante uma reunião de seu gabinete, Park orientou o ministério da Unificação que ofereça a Coreia do Norte alternativas para discussões sobre o complexo de Kaesong, na Coreia do Norte, a 10 km da fronteira com o Sul.
Estabelecido em 2004 como um símbolo da cooperação coreana, Kaesong se tornou a principal vítima de dois meses de constante tensão militar, depois de um teste nuclear norte-coreano em fevereiro. O governo de Pyongyang bloqueou o acesso dos sul-coreanos à zona industrial. Seul conseguiu retirar os últimos compatriotas da área há 10 dias.
O governo sul-coreano já concordou em pagar 270 milhões de dólares em compensação de emergência aos investidores das 120 empresas sul-coreanas que têm instalações em Kaesong e que foram forçadas a interromper as operações. Quando os trabalhadores sul-coreanos iniciaram a retirada de Kaesong conseguiram encher alguns veículos com produtos finalizados, mas tiveram que deixar para trás enormes quantidades de reservas.
"Quero que o ministério da Unificação proponha conversações a Coreia do Norte de forma que as empresas possam reduzir as perdas, recuperando produtos finalizados e material bruto que ficou em Kaesong", disse Park. Nenhuma das partes fez uma declaração oficial sobre o fechamento permanente de Kaesong. A Coreia do Sul continua abastecendo com energia elétrica o complexo, agora vazio.
O governo de Pyongyang afirmou que a reabertura do complexo será possível apenas quando Seul interromper "os atos hostis e as provocações militares", incluindo os exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos.