Agência France-Presse
postado em 14/05/2013 18:39
WASHINGTON - Funcionários da Receita Federal que perseguem grupos conservadores, aparentes incoerências sobre o ataque ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, e grampos telefônicos de jornalistas: a administração de Barack Obama enfrenta uma série de casos complicados usados como munição política pelos adversários republicanos.
Cinco meses depois de iniciar seu segundo mandato de quatro anos, o presidente dos Estados Unidos teve de dedicar grande parte da coletiva de imprensa de segunda-feira junto com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a responder às acusações de abuso de poder feitas pelo Congresso.
Obama, que ao tomar posse em 2009 falou de uma "nova era de responsabilidade", admitiu que é "escandaloso" que a Receita Federal americana (IRS, na sigla em inglês) tenha investigado especialmente grupos surgidos do movimento de ultradireita Tea Party. O Internal Revenue Service (IRS) reconheceu que, de fato, esse era o caso e pediu desculpas. Já o Congresso anunciou a abertura imediata de investigações parlamentares. As audiências começam esta semana.
Também nesta terça-feira (14/5), a Justiça americana anunciou o início de uma investigação para determinar se o IRS infringiu a lei ao se concentrar nos grupos conservadores, informou o procurador-geral Eric Holder.
"Como todo mundo admite, acho que esses fatos, embora não tenham sido ilegais, são escandalosos e inaceitáveis", afirmou Holder. "Mas estamos examinando os fatos para ver se a lei foi violada", completou.
Alguns conservadores, entre congressistas e editorialistas, agora evocam abertamente o fantasma do escândalo de Watergate, que custou a presidência de Richard Nixon em 1974.
"A administração teve uma semana difícil, mas foi ainda mais dura para a Primeira Emenda" da Constituição (que tem as liberdades de expressão e de imprensa entre seus pontos fundamentais), declarou o chefe da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell. O senador pediu ao Executivo que "coopere plenamente" com os legisladores.
Esses conturbados episódios agravam um momento já ruim para o governo Obama, que se arrasta desde o atentado contra o consulado americano em Benghazi (Líbia), em 11 de setembro de 2012. Quatro americanos morreram no ataque, incluindo o embaixador.
Os congressistas republicanos condenam o governo por querer ocultar o caráter "terrorista" desse ataque para não reduzir as chances de reeleição de Obama na disputa pela Presidência, em novembro passado. As acusações foram rejeitadas pela Casa Branca.
[SAIBAMAIS]Por um lado, o presidente reconheceu que "elementos da linguagem" fornecida pela CIA imediatamente após o atentado foram suavizados para evitar críticas, depois da divulgação de mensagens eletrônicas pela imprensa.
Por outro, Obama denunciou "motivações políticas" e um propósito de "distração" por parte de seus adversários. O gabinete do líder da bancada republicana na Câmara de Representantes, John Boehner, condenou o governo por não ter sido "sincero".
Obama: pobre balanço de 2013
Na segunda, um novo escândalo foi adicionado às preocupações de Obama, com a denúncia da agência de notícias Associated Press (AP) sobre o grampo em seus registros telefônicos.
A agência denunciou "uma intromissão maciça e sem precedentes", enquanto o Departamento de Justiça se limitou a falar da necessidade de preservar "a integridade da investigação", cujos motivos continuam incertos. A Casa Branca garantiu que não tem "nenhum conhecimento" da investigação.
O vazamento de informações que levou à intercepção de registros telefônicos de jornalistas da AP é um assunto "muito grave" que "põe os americanos em risco", declarou o procurador-geral Eric Holder.
"Isso não é um exagero. Põe o povo americano em perigo. E tentar determinar quem é responsável por isso, acho, requer uma ação muito agressiva", justificou.
A administração está "sob fogo cruzado", constatava nesta terça o jornal "USA Today", referindo-se ao delicado momento do governo Obama.
Desde o início de 2013, o balanço legislativo se mantém fraco, com a derrota na reforma da legislação de controle de armas de fogo; a austeridade econômica forçada diante da falta de acordo com o Congresso; e, em política externa, a dificuldade de convencer a Rússia a retirar seu apoio ao regime sírio.
Em um contexto já sensível, Moscou anunciou nesta terça a descoberta de um agente da CIA e denunciou uma "provocação" digna dos tempos da "Guerra Fria".
Cinco meses depois de iniciar seu segundo mandato de quatro anos, o presidente dos Estados Unidos teve de dedicar grande parte da coletiva de imprensa de segunda-feira junto com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a responder às acusações de abuso de poder feitas pelo Congresso.
Obama, que ao tomar posse em 2009 falou de uma "nova era de responsabilidade", admitiu que é "escandaloso" que a Receita Federal americana (IRS, na sigla em inglês) tenha investigado especialmente grupos surgidos do movimento de ultradireita Tea Party. O Internal Revenue Service (IRS) reconheceu que, de fato, esse era o caso e pediu desculpas. Já o Congresso anunciou a abertura imediata de investigações parlamentares. As audiências começam esta semana.
Também nesta terça-feira (14/5), a Justiça americana anunciou o início de uma investigação para determinar se o IRS infringiu a lei ao se concentrar nos grupos conservadores, informou o procurador-geral Eric Holder.
"Como todo mundo admite, acho que esses fatos, embora não tenham sido ilegais, são escandalosos e inaceitáveis", afirmou Holder. "Mas estamos examinando os fatos para ver se a lei foi violada", completou.
Alguns conservadores, entre congressistas e editorialistas, agora evocam abertamente o fantasma do escândalo de Watergate, que custou a presidência de Richard Nixon em 1974.
"A administração teve uma semana difícil, mas foi ainda mais dura para a Primeira Emenda" da Constituição (que tem as liberdades de expressão e de imprensa entre seus pontos fundamentais), declarou o chefe da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell. O senador pediu ao Executivo que "coopere plenamente" com os legisladores.
Esses conturbados episódios agravam um momento já ruim para o governo Obama, que se arrasta desde o atentado contra o consulado americano em Benghazi (Líbia), em 11 de setembro de 2012. Quatro americanos morreram no ataque, incluindo o embaixador.
Os congressistas republicanos condenam o governo por querer ocultar o caráter "terrorista" desse ataque para não reduzir as chances de reeleição de Obama na disputa pela Presidência, em novembro passado. As acusações foram rejeitadas pela Casa Branca.
[SAIBAMAIS]Por um lado, o presidente reconheceu que "elementos da linguagem" fornecida pela CIA imediatamente após o atentado foram suavizados para evitar críticas, depois da divulgação de mensagens eletrônicas pela imprensa.
Por outro, Obama denunciou "motivações políticas" e um propósito de "distração" por parte de seus adversários. O gabinete do líder da bancada republicana na Câmara de Representantes, John Boehner, condenou o governo por não ter sido "sincero".
Obama: pobre balanço de 2013
Na segunda, um novo escândalo foi adicionado às preocupações de Obama, com a denúncia da agência de notícias Associated Press (AP) sobre o grampo em seus registros telefônicos.
A agência denunciou "uma intromissão maciça e sem precedentes", enquanto o Departamento de Justiça se limitou a falar da necessidade de preservar "a integridade da investigação", cujos motivos continuam incertos. A Casa Branca garantiu que não tem "nenhum conhecimento" da investigação.
O vazamento de informações que levou à intercepção de registros telefônicos de jornalistas da AP é um assunto "muito grave" que "põe os americanos em risco", declarou o procurador-geral Eric Holder.
"Isso não é um exagero. Põe o povo americano em perigo. E tentar determinar quem é responsável por isso, acho, requer uma ação muito agressiva", justificou.
A administração está "sob fogo cruzado", constatava nesta terça o jornal "USA Today", referindo-se ao delicado momento do governo Obama.
Desde o início de 2013, o balanço legislativo se mantém fraco, com a derrota na reforma da legislação de controle de armas de fogo; a austeridade econômica forçada diante da falta de acordo com o Congresso; e, em política externa, a dificuldade de convencer a Rússia a retirar seu apoio ao regime sírio.
Em um contexto já sensível, Moscou anunciou nesta terça a descoberta de um agente da CIA e denunciou uma "provocação" digna dos tempos da "Guerra Fria".