Agência France-Presse
postado em 16/05/2013 11:08
Estocolmo - Uma das duas mulheres suecas que acusam o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, de estupro, contou pela primeira vez publicamente sobre a agressão que alega ter sofrido, segundo a imprensa sueca. Esta mulher de 30 anos, cuja identidade não foi revelada, contou em seu blog, em meados de abril, que foi "vítima de uma agressão" há três anos.Assina seu nome, mas não cita o nome do autor desta agressão. Para relacioná-la com Julian Assange foi preciso lembrar que a mulher foi citada na internet como uma das demandantes. Este texto, que passou despercebido por um mês, foi revelado nesta quinta-feira (16/5) pela imprensa sueca.
De acordo com a mulher, os amigos do suposto agressor e outras pessoas ficaram em silêncio por várias razões, incluindo políticas. "Decidiram rapidamente que havia algo suspeito. Que eu mentia. Que o autor das agressões era inocente". "Histórias estranhas foram mencionadas em um tribunal de opinião, com juízes anônimos e testemunhas apressando-se em apresentar interpretações descabidas", lamentou a mulher.
A mulher, ativista política, diz que recebeu ameaças e foi forçada a se esconder. Mas reconhece que cada vez mais pessoas passaram a acreditar nela e apoiá-la. Duas jovens suecas acusaram o australiano por estupro e agressão sexual na região de Estocolmo em 2010.
A investigação não avançou, porque Assange recusa-se a responder aos investigadores suecos e esta refugiado na embaixada do Equador, onde recebeu asilo político em Londres para evitar a extradição para a Suécia. Desde 19 de junho não deixou a representação do Equador em Londres.
Assange diz que as relações sexuais com as vítimas foram consensuais e assegura que é vítima de perseguição, cujo objetivo final é sua extradição para os Estados Unidos. O WikiLeaks publicou em 2010 uma série de documentos diplomáticos confidenciais e militares americanos.