Agência France-Presse
postado em 16/05/2013 17:07
PARIS - O presidente francês, François Hollande, anunciou nesta quinta-feira (16/5) que a França lançará uma iniciativa para "tirar a Europa da inércia", estimando em dois anos o tempo necessário para "criar o contorno de uma união política", durante uma coletiva de imprensa um ano após a sua eleição.
A coletiva, na presença de quase todos os membros do governo e com a participação de cerca de 400 jornalistas, foi realizada um dia após o anúncio oficial da entrada do país em recessão e uma queda histórica do poder aquisitivo dos franceses.
Apesar disso, Hollande defendeu seu balanço de um ano na Presidência, reivindicando que o país "demonstrou sua credibilidade orçamentária, iniciou a recuperação de sua competitividade e negociou a reforma do mercado de trabalho".
"O ano I (da Presidência) foi dedicado à defesa de nossa soberania, à ordem de nossa economia, à garantia de nosso modelo social e à reparação das injustiças", disse. "O ano II deve ser a ofensiva", e "a ofensiva é, antes de tudo, lançar uma iniciativa europeia", acrescentou.
"Meu dever é tirar a Europa de sua inércia e reduzir a insatisfação das pessoas, que só pode comprometer o futuro da União Europeia", afirmou Hollande, defendendo a instauração de um "governo econômico" dos países da União Europeia "que se reuniria todos os meses em torno de um presidente dedicado apenas a essa tarefa".
Os eixos de sua iniciativa serão o governo econômico da União Europeia, os jovens, a energia e uma nova etapa de integração europeia, informou. "Se a Europa não avança, cai, será apagada do mapa do mundo, do imaginário dos povos", disse.
O governo econômico que Hollande propõe "debater as principais decisões de política econômica a serem tomadas pelos Estados membros, harmonizar a política fiscal, iniciar uma convergência no plano social e elaborar um plano de luta contra a fraude fiscal", detalhou.
Sobre os empregos, Hollande propôs uma mobilização imediata de uma parte dos recursos reservados aos jovens (6 bilhões de euros), para "apoiar todos os jovens da Europa que não conseguiram encontrar estágio ou emprego".
Ele defendeu também que a Europa adote uma "estratégia de investimento em novas indústrias e sistemas de comunicação" e uma posição comum europeia para coordenar esforços sobre energia sustentável.
Sua iniciativa representará "uma nova etapa de integração, com uma capacidade orçamentária que seria atribuída à zona do euro e a possibilidade de criar impostos progressivamente".
"A Alemanha afirmou várias vezes que está disposta a uma união política. A França também está disposta a dar um contorno a essa união política", disse Hollande, dando um prazo de dois anos.
Ao ser questionado sobre a corrente anti-europeia que existe na Grã-Bretanha e a possibilidade da União Europeia de existir sem esse país, Hollande respondeu: "A Europa existia antes de a Grã-Bretanha se integrar a ela. Eu desejo que permaneça na União Europeia, mas não posso decidir pelos britânicos".
"Entendo que alguns países não desejem se unir à zona do euro, mas não podem impedir sua consolidação, seu reforço. Se querem ir mais longe e recusar competências, o risco é que a Europa se desintegre, por isso é preciso fixar limites", disse. Hollande destacou a importância da relação entre França e Alemanha, sem a qual "Europa não pode avançar".
O primeiro passo é "um compromisso entre França e Alemanha. Com a chanceler alemã, Angela "Merkel, buscamos o compromisso em cada etapa, levou tempo, mas sempre conseguimos", explicou, afirmando que "a França e a Alemanha temos o dever de fazer a Europa avançar, porque se ela ficar onde está hoje, pode ser o fim da ideia europeia".
O presidente começou sua coletiva de imprensa com uma homenagem aos soldados franceses que atuaram no Mali, afirmando que eles "fizeram a França ser amada em toda a África" e ilustraram "o papel de uma grande nação".
Hollande desmentiu os rumores que circulavam na França ultimamente sobre uma próxima reorganização governamental, prestando homenagem ao primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, a quem reiterou sua "confiança para os próximos meses".
"Haverá uma reorganização um dia? Um dia? É possível, mas não hoje, não agora e não na atualidade", declarou.
A coletiva, na presença de quase todos os membros do governo e com a participação de cerca de 400 jornalistas, foi realizada um dia após o anúncio oficial da entrada do país em recessão e uma queda histórica do poder aquisitivo dos franceses.
Apesar disso, Hollande defendeu seu balanço de um ano na Presidência, reivindicando que o país "demonstrou sua credibilidade orçamentária, iniciou a recuperação de sua competitividade e negociou a reforma do mercado de trabalho".
"O ano I (da Presidência) foi dedicado à defesa de nossa soberania, à ordem de nossa economia, à garantia de nosso modelo social e à reparação das injustiças", disse. "O ano II deve ser a ofensiva", e "a ofensiva é, antes de tudo, lançar uma iniciativa europeia", acrescentou.
"Meu dever é tirar a Europa de sua inércia e reduzir a insatisfação das pessoas, que só pode comprometer o futuro da União Europeia", afirmou Hollande, defendendo a instauração de um "governo econômico" dos países da União Europeia "que se reuniria todos os meses em torno de um presidente dedicado apenas a essa tarefa".
Os eixos de sua iniciativa serão o governo econômico da União Europeia, os jovens, a energia e uma nova etapa de integração europeia, informou. "Se a Europa não avança, cai, será apagada do mapa do mundo, do imaginário dos povos", disse.
O governo econômico que Hollande propõe "debater as principais decisões de política econômica a serem tomadas pelos Estados membros, harmonizar a política fiscal, iniciar uma convergência no plano social e elaborar um plano de luta contra a fraude fiscal", detalhou.
Sobre os empregos, Hollande propôs uma mobilização imediata de uma parte dos recursos reservados aos jovens (6 bilhões de euros), para "apoiar todos os jovens da Europa que não conseguiram encontrar estágio ou emprego".
Ele defendeu também que a Europa adote uma "estratégia de investimento em novas indústrias e sistemas de comunicação" e uma posição comum europeia para coordenar esforços sobre energia sustentável.
Sua iniciativa representará "uma nova etapa de integração, com uma capacidade orçamentária que seria atribuída à zona do euro e a possibilidade de criar impostos progressivamente".
"A Alemanha afirmou várias vezes que está disposta a uma união política. A França também está disposta a dar um contorno a essa união política", disse Hollande, dando um prazo de dois anos.
Ao ser questionado sobre a corrente anti-europeia que existe na Grã-Bretanha e a possibilidade da União Europeia de existir sem esse país, Hollande respondeu: "A Europa existia antes de a Grã-Bretanha se integrar a ela. Eu desejo que permaneça na União Europeia, mas não posso decidir pelos britânicos".
"Entendo que alguns países não desejem se unir à zona do euro, mas não podem impedir sua consolidação, seu reforço. Se querem ir mais longe e recusar competências, o risco é que a Europa se desintegre, por isso é preciso fixar limites", disse. Hollande destacou a importância da relação entre França e Alemanha, sem a qual "Europa não pode avançar".
O primeiro passo é "um compromisso entre França e Alemanha. Com a chanceler alemã, Angela "Merkel, buscamos o compromisso em cada etapa, levou tempo, mas sempre conseguimos", explicou, afirmando que "a França e a Alemanha temos o dever de fazer a Europa avançar, porque se ela ficar onde está hoje, pode ser o fim da ideia europeia".
O presidente começou sua coletiva de imprensa com uma homenagem aos soldados franceses que atuaram no Mali, afirmando que eles "fizeram a França ser amada em toda a África" e ilustraram "o papel de uma grande nação".
Hollande desmentiu os rumores que circulavam na França ultimamente sobre uma próxima reorganização governamental, prestando homenagem ao primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, a quem reiterou sua "confiança para os próximos meses".
"Haverá uma reorganização um dia? Um dia? É possível, mas não hoje, não agora e não na atualidade", declarou.