Buenos Aires - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nessa quinta-feira (16/5), na Argentina, a Universidade Metropolitana da Educação e do Trabalho (Umet), a primeira instituição de ensino superior na América Latina criada por um sindicato. A entidade sindical fundadora reúne trabalhadores encarregados da manutenção de prédios.
"É extraordinário poder inaugurar essa universidade criada por trabalhadores. Eu também comecei minha militância em uma organização sindical", afirmou Lula, ovacionado no auditório da universidade por cerca de 3.000 pessoas, entre estudantes, professores, funcionários, congressistas e sindicalistas.
Acompanhado da presidente argentina, Cristina Kirchner, Lula disse que "a luta pelas oportunidades e pelos direitos não pode se limitar apenas aos salários. Sem dúvida, a educação é um desses espaços fundamentais".
Depois do evento, o ex-presidente se reuniu com Cristina na Casa Rosada. A Umet funcionará em um edifício de oito andares, onde aconteceu a cerimônia de inauguração. Entre os cursos oferecidos, estão Políticas Públicas e Governo, Turismo e Esportes, entre outros.
"Um sindicato que luta pela educação dos trabalhadores é um sindicato que contribui para fortalecer a cidadania e a integração social", argumentou Lula. "Os setores conservadores do Brasil não entendem o que aconteceu nesta década, assim como não entendem o que aconteceu na Argentina nos anos 1940 e 1950 (com os governos de Juan Perón) e o que acontece agora", alfinetou o ex-presidente brasileiro.
Segundo Cristina Kirchner, Brasil e Argentina "derrubaram o mito da rivalidade, que servia a interesses contrários ao desenvolvimento de ambos os países". "Esse mito nos impedia de crescermos juntos. Não é preciso ser muito inteligente para saber que sempre existem interesses para desunir o que unimos com firmeza", acrescentou Cristina.
Lula também falou das polêmicas entre a imprensa brasileira e o governo do Partido dos Trabalhadores (PT). "Hoje, a imprensa continua falando mal de mim e da (presidente) Dilma (Rousseff)". "Quando alguém critica, dizem que os atacamos. Quando nos atacam, dizem que é democracia. Não pode ser assim", afirmou, em um dos momentos em que foi aplaudido de pé pelo público.