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Lei do casamento gay é aprovada por Conselho Constitucional francês

O presidente promulgará o texto no sábado. Uma vez promulgado, as primeiras uniões poderão ser realizadas após o prazo legal para a publicação em Diário Oficial

Agência France-Presse
postado em 17/05/2013 13:06
Paris - O Conselho Constitucional francês anunciou nesta sexta-feira (17/5) a aprovação da lei que autoriza o casamento e a adoção por casais do mesmo sexo na França, o que deverá permitir as primeiras celebrações nas próximas semanas. O presidente François Hollande promulgará o texto no sábado. Uma vez promulgado, as primeiras uniões poderão ser realizadas após o prazo legal para a publicação em Diário Oficial, que leva dez dias.

O Parlamento francês aprovou no dia 23 de abril o casamento civil e a adoção para homossexuais por uma votação solene dos deputados, após semanas de debates acalorados, o que fez da França o 14; país a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo.



[SAIBAMAIS]A oposição de direita imediatamente contestou no Conselho Constitucional a compatibilidade da legislação com a Constituição francesa e o direito internacional. Em resposta, o Conselho decidiu que o casamento gay é "uma escolha legislativa" e "que não viola qualquer princípio constitucional".

Mesmo que "a legislação republicana anterior a 1946 e suas leis posteriores definam o casamento como a união de um homem e uma mulher, esta regra não fere os direitos e liberdades fundamentais, nem a soberania nacional, nem a organização dos poderes públicos" e "não pode, portanto, constituir um princípio fundamental", acrescentou a decisão do Conselho.

Ao validar o direito de adoção para os casais homossexuais, o Conselho ressalta que o texto não reconhece o "direito ao filho", e que o princípio a ser seguido para qualquer adoção é "o interesse da criança". Em será estudado.
Comício marca o Dia Internacional contra a Homofobia em São Petersburgo, na Rússia
A lei foi aprovada durante o Dia Internacional contra a Homofobia. Ativista dos direitos gay de todo o mundo aproveitam para fazer protestos contra o preconceito. Na Rússia, homossexuais fizeram protesto na manhã desta sexta-feira (17/5).
Embora as legislações anteriores tenham "encarado o casamento como a união de um homem e uma mulher", a modificação desta percepção não afeta "os direitos e as liberdades fundamentais, a soberania nacional ou a organização dos poderes públicos", considerou a instituição.

Ao mesmo tempo em que validou totalmente a lei, o Conselho também ressaltou que o direito de adotar não significa o "direito a um filho" e que qualquer autorização de adoção deverá respeitar o princípio do "interesse da criança".

A porta-voz dos opositores à lei, Frigide Barjot, considerou que a sua aprovação significa uma "revolução institucional" e manifestou dúvidas sobre "a independência dos juízes do Conselho Constitucional". Também considerou "uma provocação a validação da lei no Dia Mundial contra a Homofobia".

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