Agência France-Presse
postado em 20/05/2013 10:48
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron pede cooperação a líderes de paraísos fiscais Cameron, convocou nesta segunda-feira (20/5) os líderes de 10 territórios de ultramar ou dependentes da Coroa considerados paraísos fiscais a colaborar com o governo em seus esforços para lutar contra a evasão fiscal.Cameron enviou uma carta às autoridades destes territórios, entre os quais figura Gibraltar, sobre as questões cruciais da troca de informação fiscal e do beneficiário efetivo, uma prática que permite utilizar um terceiro residente em um Estado com leis fiscais favoráveis para sonegar impostos sobre receitas geradas em outros países.
"Como vocês sabem, fiz da luta contra o flagelo da evasão fiscal e da sonegação agressiva de impostos uma prioridade para a cúpula do G8 que o Reino Unido acolhe no mês que vem", escreveu o primeiro-ministro. "A menos de um mês, é um momento crucial para colocar nossas casas em ordem", acrescentou.
"Espero que todos os territórios de ultramar e dependências da Coroa continuem trabalhando em associação com o Reino Unido para assumir a liderança em dois assuntos cruciais: o intercâmbio de informação fiscal e os beneficiários efetivos", continuou. O líder conservador disse respeitar o direito de ser uma jurisdição de baixa tributação, mas acrescentou que o governo britânico deve saber "quem é proprietário e controla realmente cada sociedade".
"Isto está no centro da ambição do G8 no Reino Unido para derrubar os muros do segredo empresarial", insistiu. Cameron enviou a carta aos líderes de Gibraltar, Bermudas, Ilhas Caymã, Ilhas Virgens Britânicas, Anguilla, Montserrat, Ilhas Turcas e Caicos, Jersey, Guernsey e Ilha de Man.
As agências tributárias de Reino Unido, Estados Unidos e Austrália anunciaram neste mês que estavam investigando uma importante quantidade de material vazado sobre sociedades em paraísos fiscais para tentar caçar indivíduos e empresas culpadas de evasão fiscal. "A mensagem é muito simples: se você sonega impostos, vamos buscar você", afirmou na época o ministro britânico das Finanças, George Osborne, em um comunicado.