Agência France-Presse
postado em 20/05/2013 11:44
Sydney - Um dos maiores líderes da Igreja católica na Austrália admitiu nesta segunda-feira (20/5) que sua comunidade foi muito lenta na hora de agir diante dos bispos suspeitos de pedofilia, durante uma audiência no âmbito de uma investigação governamental. "Certamente diria que a Igreja foi lenta na hora de agir", declarou o arcebispo de Melbourne, Denis Hart, no âmbito de uma investigação realizada pelo governo do Estado de Victoria (sul) sobre os supostos abusos sexuais contra menores.[SAIBAMAIS]Ele se referia, entre outros, aos 18 anos levados pela Igreja para despedir um bispo pedófilo. "Antes tarde do que nunca", indicou. Mas "levamos muito tempo para entender o que estava ocorrendo. Estes criminosos atrozes são sigilosos e astutos". A Igreja católica admitiu em 2012 que ao menos 620 crianças foram vítimas de abusos por parte de bispos desde os anos 1930 no Estado de Victoria.
O estado de Nova Gales do Sul (sudeste), cuja hierarquia católica também foi criticada, abriu sua própria investigação pública em novembro. E em abril teve início uma investigação pública em nível nacional. A comissão de investigação, que não está habilitada para incriminar indivíduos, deve recolher o testemunho de 5 mil supostas vítimas de agressões ocorridas em orfanatos, igrejas, paróquias, associações esportivas, creches ou centros de detenção para menores, religiosos ou não.
A Igreja católica é atingida há vários anos por uma série de escândalos pedófilos, entre outros na Áustria, Bélgica, Irlanda, Alemanha e Estados Unidos.