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Intérpretes afegãos conquistam o direito de morar no Reino Unido

O chefe de Governo britânico havia negado o direito aos intérpretes e suas famílias, mas reconsiderou a decisão depois de uma campanha em defesa dos estrangeiros

Agência France-Presse
postado em 22/05/2013 10:20
Londres - Quase 600 intérpretes afegãos que "serviram" às tropas britânicas na luta contra os talibãs no sul do Afeganistão serão autorizados em breve a morar no Reino Unido, afirmou, nessa terça-feira (21/5), uma fonte do gabinete do primeiro-ministro, David Cameron.

O chefe de Governo britânico havia negado o direito aos intérpretes e suas famílias, mas reconsiderou a decisão depois de uma campanha em defesa dos estrangeiros. Cameron estaria disposto a oferecer vistos de cinco anos aos tradutores que serviram por pelo menos um ano.

[SAIBAMAIS]"Para o primeiro-ministro está claro que não devemos simplesmente devolver aqueles que puseram suas vidas em risco para ajudar nossos soldados a concluir sua missão", afirmou a fonte do gabinete britânico. Os intérpretes poderão "escolher entre ficar no seu país natal para aprender uma nova profissão e participar da sua reconstrução ou começar uma vida nova no Reino Unido", completou.



No início de maio, três afegãos que trabalharam como intérpretes do exército britânico em seu país iniciaram uma ação judicial em Londres porque temiam pela sua segurança. Além disso, foi entregue ao Ministério das Relações Exteriores um texto assinado por 72 mil pessoas, que pedia asilo político aos profissionais.

A princípio, Cameron considerava que os tradutores deveriam, na medida do possível, continuar no seu país para participar da reconstrução. Quem tomasse essa decisão receberia uma ajuda "realmente generosa". Para ele, só nos casos "extremos", quando houvesse ameaças diretas de represálias, os intérpretes poderiam ser autorizados a ir para o Reino Unido.

Aproximadamente nove mil soldados britânicos estão servindo no Afeganistão, o segundo maior contingente da Força de Assistência à Segurança da Otan, atrás apenas dos Estados Unidos. Cerca de 3.800 militares devem deixar o país até o fim de 2013.

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