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Em meio a tensões na Ásia, Coreia do Norte envia emissário a China

O enviado, Choe Ryong Hae, diretor do Escritório Político do Exército Popular da Coreia, viajou com uma comitiva de altos representantes do Partido Comunista

Agência France-Presse
postado em 22/05/2013 11:44
Seul - Um emissário do líder norte-coreano, Kim Jong-Um, chegou nessa quarta-feira (22/5) a Pequim, em um momento de tensões com os aliados asiáticos. O encontro acontece poucos dias antes da conferência que reunirá o presidente americano, Barack Obama, e o líder chinês, Xi Jinping, nos dias 7 e 8 de junho, na Califórnia. No fim de junho, o presidente chinês receberá a nova presidente sul-coreana, Park Geun-Hye.

Choe Ryong-hae (C) no aeroporto de Pyongyang antes de partir para a China como um enviado especial do líder norte-coreano Kim Jong-un
O enviado, Choe Ryong Hae, diretor do Escritório Político do Exército Popular da Coreia, viajou com uma comitiva de altos representantes do Partido Comunista, informou a agência oficial norte-coreana, a KCNA. De acordo com a agência, Choe foi recebido por Wang Jiarui, chefe do Departamento Internacional do partido Comunista Chinês. É a visita mais importante do governo norte-coreano ao país desde a ida de Kim Jong-Il (pai e antecessor do atual líder do regime), em agosto de 2011. Il morreu quatro meses depois.

"Choe é o homem de maior confiança de Kim" e deveria "deixar uma mensagem para o presidente Obama sobre assuntos como a paz na Península Coreana e a questão nuclear", afirma à AFP Yang Moo-Jin, especialista em questões norte-coreanas da Universidade de Seul.

A China é o principal aliado diplomático da Coreia do Norte e fornece um apoio econômico essencial para o vizinho. No entanto, o país demonstrou insatisfação quando Kim ignorou suas advertências e lançou dois foguetes (um com sucesso, em dezembro) e fez um teste nuclear em 12 de fevereiro.



"A China busca algum sinal de compromisso e Choe poderia dar alguma segurança de que, por hora, não haverá novos testes nucleares", disse Seong-Chang, analista do Instituto Sejong, referência em Seul. De troca, a Coreia do Norte tentaria conseguir um encontro bilateral entre Kim e o presidente chinês, adianta o especialista.

[SAIBAMAIS]As tensões entre os países pioraram recentemente, quando um navio com 16 pescadores chineses foi capturado pela marina norte-coreana. O incidente provocou uma onda de indignação e parte da população pediu uma resposta forte.

Pequim, muitas vezes criticada por obstruir na ONU na adoção de sanções severas contra Pyongyang, mudou de atitude e votou pelas novas punições do Conselho de Segurança, que incluem o bloqueio de contas bancárias. As novas sanções aumentaram o clima de tensão na Península Coreana, e a China se viu sob forte pressão para controlar seu aliado imprevisível, que ameaça lançar ataques nucleares contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

Japão estuda diálogo com Coreia do Norte

O Japão parece estar disposto a trabalhar para aliviar a tensão na região, apesar do discurso nacionalista e conservador de seus diplomatas e do retorno ao poder do Primeiro-ministro Shinzo Abe. O secretário-geral do governo japonês, Yoshihide Suga, admitiu a "possibilidade" de retomar conversas diretas com a Coreia do Norte a respeito dos japoneses sequestrados por homens de Pyongyang nos anos 70 e 80, alguns dos quais ainda estão lá. Em abril, o governo norte-coreano ameaçou o Japão com um ataque nuclear.

A iniciativa japonesa corre o risco de dividir o grupo "anticoreano", representado principalmente pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos. Em meados desse mês, a Coreia do Sul qualificou como "inútil" uma visita realizada por um assessor japonês à Coreia do Norte para discutir justamente a questão dos japoneses sequestrados. O emissário norte-americano Glyn Davies havia alertado contra uma tentativa de "divisão da comunidade internacional".

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