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Mais de 30 mil fogem de campo de deslocados por medo de combates no Congo

Depois de vários meses de trégua, os combates foram retomados nesta segunda-feira entre as forças regulares e rebeldes na região de Mutaho

Agência France-Presse
postado em 22/05/2013 14:42
Kinshasa - Mais de 30 mil pessoas fugiram de seu campo de deslocados perto de Goma, no leste da República Democrática do Congo, em razão dos combates entre o Exército e o grupo rebelde Movimento 23 de Março, indicou nesta quarta-feira (22/5) o Alto Comissariado de Refugiados da ONU.

"O campo de deslocados de Mugunga I, que possui 55 mil deslocados, foi esvaziado em 45% e o de Mugunga III, onde 13.000 pessoas estão registradas, ficou sem 70% de seus habitantes", declarou à AFP Simplice Kpandji, encarregado da comunicação no escritório regional do Acnur em Kinshasa.

Segundo ele, "a população fugiu para Goma e Sake", duas cidades tomadas pelo M23 no final de novembro, antes de se retirar pela promessa de um diálogo com Kinshasa. Os deslocados fugiram "de forma preventiva", temendo uma escalada, considera uma fonte da ONU.



Depois de vários meses de trégua, os combates foram retomados nesta segunda-feira entre as forças regulares e rebeldes na região de Mutaho, algumas dezenas de quilômetros ao norte de Goma, capital da província de Kivu Norte.

Em um comunicado divulgado nesta quarta, a organização Médicos Sem Fronteiras indicou que seis morteiros haviam caído na área dos campos de refugiados de Mugunga, deixando quatro pessoas feridas" na terça, e que em Ndosho disparos de morteiros deixaram dois mortos e dez feridos. Segundo a ONU, os combates de segunda-feira já haviam provocado o deslocamento de cerca de 800 pessoas em direção a Goma.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve visitar Goma na quinta-feira, depois de ter se reunido com o presidente congolês Joseph Kabila em Kinshasa na quarta.

No dia 17 deste mês, o chefe da ONU anunciou a escolha do tenente-general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz como novo chefe da Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo (Monusco). Cruz substituirá o indiano Chander Prakash Wadhwa.

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