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Estados Unidos condenam rejeição de candidatos à presidência no Irã

O porta-voz adjunto do Departamento de Estado, afirma que governo está tomando iniciativas para tornar mais lento ou cortar o acesso à internet

Agência France-Presse
postado em 22/05/2013 14:56
WASHINGTON - Os Estados Unidos condenaram nesta terça-feira (22/5) a desabilitação de centenas de aspirantes a candidatos à Presidência no Irã, e acusaram de "irresponsável" a liderança clerical desse país por exercer o poder com forte repressão.

"Temos a impressão de que o Conselho dos Guardiões da Constituição, que não tem que prestar contas ao povo do Irã" por não ser um organismo eleito por voto popular, "desabilitou potenciais candidatos com base em critérios vagos", disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Patrick Ventrell.

"O Conselho reduziu a lista de quase 700 candidatos potenciais para oito", acreditando que "representam os interesses do regime, em lugar dos do povo iraniano", declarou Ventrell à AFP em uma mensagem de correio eletrônico.

"A falta de transparência torna improvável que a lista de candidatos represente a vontade do povo iraniano, ao qual se deveria dar a oportunidade de eleger como presidente quem melhor personifique suas opiniões".



Ventrell também afirmou que há "sinais preocupantes" de que o governo está tomando iniciativas para tornar mais lento ou cortar o acesso à internet em uma tentativa de reprimir a liberdade de expressão com a proximidade das eleições presidenciais de 14 de junho que o substituto Mahmud Ahmadinejad.

O Conselho dos Guardiões da Constituição, dominado pelos expoentes mais conservadores, que reivindica o veto de candidatos que não manifestem sua fidelidade à Revolução Islâmica, eliminou 686 aspirantes a candidatos à Presidência e autorizou apenas oito, todos eles ligados ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

Entre os candidatos rejeitados está Akbar Hashemi Rafsanjani, um moderado que ocupou a Presidência entre 1989 e 1997, e Esfandiar Rahim Mashaie, um polêmico assessor de Ahmadinejad, O presidente iraniano está constitucionalmente impedido de concorrer a um terceiro mandato.

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