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MI5 é acusado de tentar recrutar suspeito da morte de soldado em Londres

Segundo um dos amigos do acusado, Abu Nusaybah, Adebolajo rejeitou a oferta do MI5 de trabalhar para eles

Agência France-Presse
postado em 25/05/2013 13:49
Londres - O serviço britânico de inteligência (MI5) está na mira da opinião pública, após ter sido acusado de tentar recrutar Michael Adebolajo, que assumiu a autoria do assassinato de um soldado em Londres na quarta.

Segundo um dos amigos do acusado, Abu Nusaybah, Adebolajo rejeitou a oferta do MI5 de trabalhar para eles. Os agentes continuaram a convidá-lo, depois de uma temporada na Nigéria. "Em termos gerais, ele foi assediado pelo MI5. Isso foi uma coisa sobre a qual ele foi bem específico", declarou Abu Nusaybah, que conheceu Michael Adebolajo em 2002, durante uma entrevista à BBC.

Ainda segundo Nusaybah, os serviços de inteligência queriam saber se ele conhecia determinadas pessoas. "Depois de lhes dizer que ele não conhecia essas pessoas, eles lhe perguntaram se ele não queria trabalhar para eles", completou.

A BBC informou que Nusaybah foi detido logo após a entrevista.

Já a polícia anunciou que os agentes britânicos de contra-terrorismo prenderam na sexta à noite em Londres um homem de 31 anos, suspeito de preparar, ou de querer cometer atos terroristas.



O homem foi detido na sexta por volta das 21h30 (17h30 de Brasília) por policiais da força anti-terrorista da Scotland Yard, dentro da Lei do Terrorismo de 2000. Ele foi levado para uma delegacia no sul de Londres.

A detenção de Nusaybah não parece estar relacionada diretamente ao homicídio do soldado Lee Rigby, atacado com facas e um cutelo por dois islamitas em uma rua de Londres.

Buscas também foram feitas em duas casas no leste da capital, informou a Scotland Yard em um comunicado.

Agora, os serviços de segurança britânicos tentam explicar como os dois assassinos, particularmente Adebolajo, um jovem cristão de origem nigeriana que se converteu ao Islã radical, escaparam de sua vigilância.

Michael Adebolajo, de 28 anos, e seu cúmplice, Michael Adebowale, de 22, que foram feridos pela polícia no local do crime, permanecem no hospital, mas não correm risco de morrer, segundo a polícia.

Os suspeitos estão em hospitais diferente e sob custódia policial, e ainda não estão em condições de serem interrogados.

O caso aumenta os temores de reações violentas contra a comunidade muçulmana no Reino Unido.

Neste contexto, o diretor da Faith Matters, uma organização que afirma atuar para reduzir o extremismo, Fiyaz Mughal, indicou que os incidentes antimuçulmanos registrados passaram de uma média de quatro a oito por dia para 150 nos últimos dias. "Alguns deles são (...) ataques muito agressivos", declarou à BBC.

Frente ao medo de novos atos de violência contra muçulmanos durante uma manifestação da Liga da Defesa Inglesa (EDL) prevista para este sábado, centenas de policiais foram mobilizados nas ruas de Newcastle, no noroeste da Inglaterra.

Poucas horas após o assassinato, 250 militantes anti-islamitas da Liga da Defesa Inglesa entraram em confronto com a polícia próximo a estação do metrô de Woolwich Arsenal, e dois homens foram detidos no momento em que planejavam atacar mesquitas.

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