Agência France-Presse
postado em 26/05/2013 10:48
Paris - Três dias depois do assassinato, em Londres, na última quarta-feira (22/5), de um soldado britânico por parte de dois islamitas, a Procuradoria antiterrorista de Paris abriu uma investigação sobre a agressão no sábado (25), na periferia oeste da capital, de um militar francês, ferido por um homem que conseguiu fugir.Um militar foi agredido com arma branca quando patrulhava no final da tarde La Défense, local de circulação entre os acessos aos transportes públicos e as lojas.
"Quis-se matar um militar pelo fato de ser militar", declarou à noite o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, após passar pelo Hospital de Clamar para visitar o soldado ferido, Cédric Cordier, 23 anos, cuja vida não corre perigo.
"O ministro do Interior, Manuel Valls, e eu mesmo, cada um no nosso âmbito, mantemos uma luta implacável contra o terrorismo e contra qualquer ato que ponha nossa segurança em perigo", acrescentou.
"Até agora" não se estabeleceu nenhum vínculo com o assassinato em Londres de um soldado britânico, mas "devemos olhar todas as hipóteses", declarou o presidente francês, François Hollande.
"Ainda não conhecemos as condições e as circunstâncias exatas da agressão, nem mesmo a personalidade do agressor, mas devemos contemplar todas as hipóteses", acrescentou.
No início da noite de ontem, o procurador de Nanterre, Robert Gelli, indicou à AFP que a Procuradoria antiterrorismo havia assumido as investigações.
Segundo as primeiras pistas, o agressor era alto, cerca de 1m90, tinha barba e estava vestido com um casaco e calça escuros.
Segundo o procurador, o militar levou um golpe na nuca.
Na quarta-feira, um soldado britânico foi assassinado com arma branca em Londres por dois homens que, segundo testemunhas, disseram agir "em nome de Alah". O governo britânico considerou que foi um ato "claramente de natureza terrorista".
"Há elementos, como a violência repentina do ataque, que pode levar a pensar que pode haver uma forma de comparar com o ocorrido em Londres", avaliou o ministro do Interior na televisão pública France 2.
No sábado, a polícia britânica anunciou a prisão de mais três suspeitos.
Neste contexto, o serviço britânico de inteligência (MI5) está na mira da opinião pública, após ter sido acusado de tentar recrutar Michael Adebolajo, que assumiu a autoria do assassinato do soldado em Londres.
Segundo um dos amigos do acusado, Abu Nusaybah, Adebolajo rejeitou a oferta do MI5 de trabalhar para eles. Os agentes continuaram a convidá-lo, depois de uma temporada na Nigéria.
O primeiro-ministro, David Cameron, prometeu uma investigação para deteminar eventuais falhas no sistema, e um relatório preliminar deve ser preparado até a próxima semana.
Mas, como sustenta o especialista francês Jean-Pierre Filiu, ações individuais de radicais muçulmanos são praticamente impossíveis de prever. "Quando se trata de pegar uma faca, descer na rua, e atacar alguém, é extremamente difícil, quase impossível, de antecipar", declarou à AFP.
Em março de 2012 na França, Mohamed Merah assassinou em nome da jihad sete pessoas -três paraquedistas, três crianças e um professor judeus.
Identificado e localizado em sua casa, em Toulouse, ele foi morto pela polícia após 32 horas de cerco.