Agência France-Presse
postado em 27/05/2013 15:38
Washington - O presidente americano, Barack Obama, fez um apelo aos americanos no feriado do Memorial Day, esta segunda-feira (27/5), para que não se esqueçam de seus compatriotas que ainda lutam no Afeganistão mesmo em um momento em que os Estados Unidos encerram gradualmente a longa guerra que travam no país.
Em um discurso sombrio no Cemitério Nacional de Arlington, Obama evocou o nome daqueles sepultados recentemente no cemitério militar: um jovem piloto de helicóptero Black Hawk, um humilde médico de combate, um Marine lembrado por trazer suas tropas de volta para casa e em segurança.
"Menos americanos estão fazendo o sacrifício derradeiro no Afeganistão e isto é um avanço que me deixa profundamente grato. Ano que vem nesta época, comemoraremos o último Memorial Day da nossa guerra no Afeganistão", reforçou Obama. "Mas mesmo enquanto nós viramos a página de uma década de conflito, mesmo olhando para frente, que não nos esqueçamos enquanto estamos reunidos aqui, hoje, de que nossa nação ainda está em guerra", afirmou.
Cerca de 12 meses depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, que foram o gatilho da guerra mais longa já lançada pelos Estados Unidos, aproximadamente 66.000 militares ainda estão mobilizados no Afeganistão.
Obama afirmou que 34.000 voltarão para casa este ano e a maioria dos remanescentes ao final de 2014, embora uma pequena força residual deva permanecer no país para treinar e dar suporte às forças de segurança afegãs.
Do lado americano, o número de mortos chegou a 2.228 - cerca da metade do número de membros dos americanos em serviço mortos no Iraque, segundo o site icasualties.com, que rastreia estas estatísticas.
Em seu discurso, Obama abordou o abismo crescente na sociedade americana entre o número relativamente pequeno de americanos que carregam o fardo do conflito e a maioria da população civil.
Uma força profissional, composta por voluntários e grandes avanços tecnológicos fizeram com que as guerras que os Estados Unidos enfrentam hoje sejam combatidas e sofridas por setores menores da sociedade, fora das vistas do grande público.
"Independente da razão, a verdade que não pode ser ignorada hoje é que a maior parte dos americanos não é diretamente afetada pela guerra", disse Obama. "E a consequência é que nem todos os americanos podem ver ou compreender totalmente o tamanho do sacrifício, os profundos custos que são assumidos em nosso nome, agora mesmo, todos os dias, enquanto falamos", afirmou.