Jornal Correio Braziliense

Mundo

TV venezuelana Globovisión confirma decisão de não confrontar 'chavismo'

A direção da emissora emitiu uma nota rejeitando a versão do apresentador Kico Bautista e garantindo que o canal não está vinculado a qualquer corrente política



[SAIBAMAIS]Até o dia 13 de maio, a Globovisión pertencia à família Zuloaga, que combatia o ;chavismo; e cujo patriarca, Guillermo Zuloaga, fugiu para os Estados Unidos após ser acusado de ;usura; e ;formação de quadrilha;. "Ninguém investe dinheiro para perder dinheiro. Os novos donos querem se manter neutros", destacou Bisbal, que não descarta a ligação dos novos proprietários com altos dirigentes ;chavistas;.

Segundo Bautista, o próprio Cordero determinou sua demissão "devido à exibição de trechos do comício de Capriles...". Carlos Correa, diretor da organização defensora da liberdade de expressão Espaço Público, considera que os novos proprietários da Globovisión tomaram a decisão de restringir os espaços da oposição com uma "perspectiva de mercado", para "não perder um negócio". "Um canal pode mudar sua linha, mas deve ficar atento à audiência. Os antigos proprietários tinham uma linha editorial e política que era válida. Se agora restringem o acesso à oposição, vão ter sua oferta informativa afetada".

Segundo Bautista, "querem colocar a Globovisión no centro e não concordo. O presidente (Nicolás) Maduro não necessita de nossa cobertura, tem todo o aparato estatal para fazê-lo. A Globovisión era o contrapeso à mídia oficial". Nesta segunda-feira, Maduro acusou a rede de televisão americana CNN de promover, por meio de seu canal de notícias em espanhol, um golpe de Estado na Venezuela, em uma "guerra psicológica" dos meios de comunicação contra seu governo.

O canal de notícias "CNN em espanhol é uma televisão posta a serviço da desestabilização, que pede abertamente o golpe de Estado na Venezuela, que tergiversa a vida política e social de nossa pátria", disse Maduro em um ato público transmitido pela televisão estatal. A acusação de Maduro contra a CNN foi feita enquanto criticava a imprensa de todo o mundo em geral, sem citar nomes, exceto o desse canal, reprovando uma suposta "guerra psicológica brutal" contra a Venezuela e seu governo, que seria impulsionada pela "direita fascista".