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Vincent e Bruno dizem sim no primeiro casamento gay da França

O primeiro casamento gay na França foi realizado onze dias após a proclamação da lei de "casamento para todos"

Agência France-Presse
postado em 29/05/2013 14:29
Vincent Autin e Bruno Boileau são os protagonistas do primeiro casamento gay na França MONTPELLIER - Vincent Autin e Bruno Boileau se casaram nesta quarta-feira (29/5) em Montpellier, no sul da França, no primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo no país, celebrado sob forte vigilância da polícia.

Autin, de 40 anos, e Boileau, de 30, disseram "sim" na prefeitura da cidade francesa, após meses de protestos nas ruas contra a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. "Eu vos declaro unidos em matrimônio", declarou a prefeita de Montpellier, Helene Mandroux, visivelmente emocionada.

Centenas de convidados aplaudiram os noivos na sala da prefeitura, onde era ouvida a romântica canção "Love", de Nat King Cole.



O primeiro casamento gay na França foi realizado onze dias após a proclamação da lei de "casamento para todos", uma das principais promessas de campanha do presidente socialista François Hollande.

Centenas de jornalistas da França e de todo o mundo viajaram a Montpellier para cobrir o primeiro casamento homossexual na França, um país majoritariamente católico, mas muito aferrado à separação entre a Igreja e o Estado.

O Parlamento francês aprovou no dia 23 de abril a legislação que autorizou que a França se tornasse o décimo quarto país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a permitir a adoção por gays.

Segundo pesquisas, esta legislação é aprovada por quase dois terços dos franceses, mas enfrenta a resistência dos setores mais conservadores do país, que anunciaram que não cruzarão os braços, apesar da proclamação da lei pelo governo de Hollande.

As manifestações contra o casamento para todos - a última dos quais, realizada no domingo em Paris, terminou em incidentes violentos - foram apoiadas pelos partidos de direita e extrema-direta, além da Igreja Católica.

A mobilização de domingo, que, de acordo com os organizadores, reuniu um milhão de pessoas, e 150.000, de acordo com a polícia, terminou com mais de 300 manifestantes atrás das grades.

"Não cederemos" ao combate, "nunca, nunca", afirmou Ludovine de la Rochere, um dos porta-vozes do movimento opositor ao casamento homossexual, e que já foi responsável pela comunicação do Episcopado francês.

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