Agência France-Presse
postado em 30/05/2013 09:18
O ideólogo do regime do Khmer Vermelho Nuon Chea, julgado por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade, admitiu nesta quinta-feira pela primeira vez sua responsabilidade em incidentes que deixaram dois milhões de mortos entre 1975 e 1979.Ex-número dois do regime, Nuon Chea, de 86 anos, é um dos dois últimos acusados que ainda são julgados, após o falecimento em março de Ieng Sary, ministro das Relações Exteriores do ditador Pol Pot, aos 87 anos.
[SAIBAMAIS]"Não tento evitar minhas responsabilidades", declarou durante seu julgamento diante do tribunal internacional de Phnom Penh, embora até o momento tivesse rejeitado todas as acusações que pesavam contra ele.
"Como líder, devo assumir minha responsabilidade no dano causado ao meu país, o perigo ao qual foi exposto", afirmou, expressando "suas profundas condolências" às testemunhas que perderam familiares durante o regime de terror imposto pelo Khmer Vermelho.
No entanto, Nuon Chea minimizou seu papel explicando que, como responsável por propaganda e educação, não era informado de tudo.
O regime do Khmer Vermelho matou um quarto da população do Camboja em menos de quatro anos (1975-1979), esvaziando as cidades, suprimindo a moeda, a religião, a educação e afundando a sociedade no terror e na paranoia.