Agência France-Presse
postado em 02/06/2013 17:48
As monarquias do Golfo anunciaram neste domingo que estão planejando tomar "medidas contra os interesses" do grupo xiita libanês Hezbollah em represália à intervenção armada no conflito sírio."Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) tomarão medidas contra os interesses do Hezbollah", declarou o secretário geral do grupo, Abdellatif Zayani, ao final de uma reunião ministerial na cidade de Jidá, oeste da Arábia Saudita.
[SAIBAMAIS]Em coletiva de imprensa, Zayani não deu maiores detalhes sobre a natureza das medidas ou sobre os interesses do Hezbollah nas ricas monarquias petrolíferas do Golfo.
Ghanem al-Bouainain, ministro das relações exteriores do Bahrein, país que preside o CCG, chamou o Hezbollah de grupo "terrorista". "É uma organização terrorista (...) para os países do CCG", disse al-Bouainain. "Mas colocar o Hezbollah na lista de grupos terroristas do CCG é uma questão técnica e jurídica que deve ser feita com cautela", explicou.
O CCG reúne Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar. No início da reunião, al-Bouainain pediu uma "ação comum" das monarquias do CCG "a fim de colocar um termo às agressões contra o povo sírio", em referência ao Irã e ao Hezbollah, principais aliados do regime de Bashar al-Assad, que "intervêm na crise síria fornecendo armas".
Os países do CCG estigmatizaram "a flagrante influência do Hezbollah na Síria" e pediram "a neutralidade do Líbano no conflito sírio". As monarquias do Golfo reafirmaram o apoio à Coalizão de oposição síria.
O Hezbollah enviou centenas de homens armados à Síria para ajudar o exército do regime de Assad na cidade de Quseir, palco de violentos combates há duas semanas. Enquanto isso, esforços diplomáticos se multiplicam para tentar colocar um fim ao conflito, que já deixou mais de 94.000 mortos desde 2011.