Agência France-Presse
postado em 04/06/2013 09:02
Pequim - A polícia chinesa bloqueou nesta terça-feira (4/5) o acesso a um cemitério onde estão enterradas vítimas da violenta repressão do movimento democrático da Praça Tiananmen (Paz Celestial), uma das muitas medidas do governo para evitar a recordação do 24; aniversário dos fatos de 4 de junho de 1989.
[SAIBAMAIS]Em Hong Kong, os organizadores de uma cerimônia de recordação do movimento esperavam a presença de 150 mil pessoas. Os policiais, mobilizados do lado de fora do cemitério de Wanan, ao oeste de Pequim, bloquearam a entrada principal e pediram aos jornalistas da AFP que deixassem o local. As famílias dos estudantes mortos pelo exército chinês organizam todos os anos cerimônias no cemitério, eventos vigiados de perto pela polícia.
Quase 25 anos depois do Partido Comunista ter enviado tanques à Praça Tiananmen, no centro de Pequim, para reprimir as manifestações, o regime comunista continua fazendo o possível para evitar a recordação pública dos fatos de 1989. O tema não é citado na imprensa oficial e as autoridades censuram qualquer alusão nas redes sociais, com o veto para as buscas de termos como "4 de junho" ou "Tiananmen". Na praça, a polícia controlava as identidades dos turistas chineses que posam para a tradicional foto diante da imagem de Mao Tsé-Tung. A grande maioria dos jovens chineses nascidos depois de 1989 ou muito jovens para lembrar não têm qualquer noção do que aconteceu em 4 de junho. Os livros escolares não fazem referência ao que representou o maior questionamento do regime comunista desde sua fundação em 1949.
A lembrança do 4 de junho é mantida viva sobretudo por artistas e intelectuais dissidentes, apenas tolerados pelo governo. As autoridades também vigiam alguns ativistas dos direitos humanos, informou a organização China Human Rights Defenders, com sede em Hong Kong. Liu Xiaoyuan, advogado e ativista dos direitos humanos, anunciou no Twitter que sua conta em uma rede social chinesa foi neutralizada depois de ter publicado a imagem de uma vela para recordar as vítimas de Tiananmen. "A polêmica neste país está centrada basicamente em acender ou apagar uma vela", disse o artista dissidente Ai Weiwei. A ação de 4 de junho terminou com 50 dias de mobilização a favor da democracia e da liberdade, liderada pelos estudantes e apoiada pela população. O movimento contou com a indulgência relativa de uma ala do Partido Comunista representada pelo secretário-geral da época, Zhao Ziyang.
Esta corrente foi esmagada por Deng Xiaoping e seu primeiro-ministro, Li Peng, que hoje tem 84 anos, que mobilizaram 200.000 militares para acabar com a "rebelião contrarrevolucionária". Zhao Ziyang faleceu em prisão domiciliar em 2005 e nesta terça-feira a polícia vigiava a rua perto da Cidade Proibida na qual viveu até a morte. O balanço exato da repressão permanece desconhecido. Na época, o governo anunciou 241 mortos, incluindo soldados, e 7 mil feridos. Mas analistas independentes calcularam mais de mil mortos em Pequim. Como todos os anos, Hong Kong e Macau aproveitam a situação privilegiada de ex-colônias britânica e portuguesa para organizar cerimônias de recordação.
[SAIBAMAIS]Em Hong Kong, os organizadores de uma cerimônia de recordação do movimento esperavam a presença de 150 mil pessoas. Os policiais, mobilizados do lado de fora do cemitério de Wanan, ao oeste de Pequim, bloquearam a entrada principal e pediram aos jornalistas da AFP que deixassem o local. As famílias dos estudantes mortos pelo exército chinês organizam todos os anos cerimônias no cemitério, eventos vigiados de perto pela polícia.
Quase 25 anos depois do Partido Comunista ter enviado tanques à Praça Tiananmen, no centro de Pequim, para reprimir as manifestações, o regime comunista continua fazendo o possível para evitar a recordação pública dos fatos de 1989. O tema não é citado na imprensa oficial e as autoridades censuram qualquer alusão nas redes sociais, com o veto para as buscas de termos como "4 de junho" ou "Tiananmen". Na praça, a polícia controlava as identidades dos turistas chineses que posam para a tradicional foto diante da imagem de Mao Tsé-Tung. A grande maioria dos jovens chineses nascidos depois de 1989 ou muito jovens para lembrar não têm qualquer noção do que aconteceu em 4 de junho. Os livros escolares não fazem referência ao que representou o maior questionamento do regime comunista desde sua fundação em 1949.
A lembrança do 4 de junho é mantida viva sobretudo por artistas e intelectuais dissidentes, apenas tolerados pelo governo. As autoridades também vigiam alguns ativistas dos direitos humanos, informou a organização China Human Rights Defenders, com sede em Hong Kong. Liu Xiaoyuan, advogado e ativista dos direitos humanos, anunciou no Twitter que sua conta em uma rede social chinesa foi neutralizada depois de ter publicado a imagem de uma vela para recordar as vítimas de Tiananmen. "A polêmica neste país está centrada basicamente em acender ou apagar uma vela", disse o artista dissidente Ai Weiwei. A ação de 4 de junho terminou com 50 dias de mobilização a favor da democracia e da liberdade, liderada pelos estudantes e apoiada pela população. O movimento contou com a indulgência relativa de uma ala do Partido Comunista representada pelo secretário-geral da época, Zhao Ziyang.
Esta corrente foi esmagada por Deng Xiaoping e seu primeiro-ministro, Li Peng, que hoje tem 84 anos, que mobilizaram 200.000 militares para acabar com a "rebelião contrarrevolucionária". Zhao Ziyang faleceu em prisão domiciliar em 2005 e nesta terça-feira a polícia vigiava a rua perto da Cidade Proibida na qual viveu até a morte. O balanço exato da repressão permanece desconhecido. Na época, o governo anunciou 241 mortos, incluindo soldados, e 7 mil feridos. Mas analistas independentes calcularam mais de mil mortos em Pequim. Como todos os anos, Hong Kong e Macau aproveitam a situação privilegiada de ex-colônias britânica e portuguesa para organizar cerimônias de recordação.