Agência France-Presse
postado em 04/06/2013 14:12
Londres - O fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, que está refugiado na embaixada do Equador em Londres, condenou nesta terça-feira (4/6) o "julgamento-espetáculo" de Bradley Manning, o soldado americano acusado de ter vazado 700 mil documentos confidenciais dos Estados Unidos ao site.
"O julgamento em corte marcial do preso político mais importante da história moderna dos Estados Unidos finalmente começou", declarou Julian Assange em um comunicado publicado no site WikiLeaks. O ciberativista australiano denunciou o fato de o soldado americano, em julgamento desde segunda-feira na base militar de Fort Meade, Maryland, ter sido acusado pelo "crime de dizer a verdade".
"Isto não é justiça. Não pode ser, de maneira alguma, justiça. O veredicto foi lançado há muito tempo", acrescentou. "É justo descrever o que acontece com Bradley Manning como um ;julgamento-espetáculo", escreveu.
[SAIBAMAIS] "Este é um exercício de relações públicas destinado a fornecer ao governo (dos Estados Unidos) um álibi para a posteridade. Este é um show de vingança inútil, um alerta teatral às pessoas com consciência", ressaltou. "Quando o ato de se comunicar com a imprensa voltar a ser ;ajuda ao inimigo;, será a informação das pessoas que se tornará criminosa", considerou.
Se o governo americano provar que os milhares de documentos secretos divulgados por Bradley Manning chegou às mãos da Al-Qaeda, ele poderá ser condenado a prisão perpétua. Manning se declarou culpado de dez acusações das 22 que pesam contra ele, mas disse não ter culpa das mais pesadas, como a de "conluio com o inimigo" e de "publicação de documentos da inteligência militar sabendo que eles estariam acessíveis ao inimigo". A acusação refere-se ao vazamento de 700 mil documentos secretos, um dos maiores na história dos Estados Unidos.
Julian Assange, de 41 anos, buscou asilo político em 19 de junho de 2012 na embaixada do Equador para escapar da extradição para a Suécia, onde deveria responder por um caso de estupro. Assange teme ser levado para os Estados Unidos, onde poderá ser sentenciado à morte ou à prisão perpétua por divulgar documentos confidenciais no WikiLeaks.