Agência France-Presse
postado em 05/06/2013 19:21
Base Lewis-Mcchord - Um soldado americano se declarou culpado nesta quarta-feira (5/6) de matar 16 aldeões afegãos no ano passado, em uma audiência militar na qual espera escapar da sentença de morte.O sargento Robert Bales, de 39 anos, parece ter ficado incomodado que o juiz militar Jeffrey Nance pediu que explicasse com suas próprias palavras por que se considerava culpado.
"Matei essa pessoa com uma arma de fogo antes de incendiar seu corpo", repetiu 16 vezes- em relação aos 16 moradores da aldeia afegã, em sua maioria mulheres e crianças, mortos em março de 2012, durante a noite.
Interrogado sobre o motivo de seus atos, ele afirmou que não conseguia explicar. "Eu me perguntei milhões de vezes depois. Não há uma boa razão para explicar os atos horríveis que cometi".
O soldado é acusado de ter saído de sua base no distrito de Pnajwayi, na província de Kandahar, na noite de 11 de março de 2012 e de ter disparado contra civis. Depois voltou à base e se rendeu. Desde o dia seguinte ao massacre, o secretário de Defesa, Leon Panetta, vinha afirmando que o autor poderia ser condenado à pena de morte.
Seu advogado, John Browne, anunciou na semana passada que havia "chegado a um acordo com o exército para que seja retirada a pena de morte com a condição de que Robert Bales se declare culpado".
"A pena será pronunciada em setembro e saberá então se será condenado à prisão perpétua ou se poderá se beneficiar com liberdade condicional", havia acrescentado o advogado em uma entrevista televisionada.
Em uma audiência preliminar em novembro, familiares do sargento tentaram demonstrar sua inocência, descrevendo-o como um homem "corajoso e respeitável", e seu advogado se referiu à influência de álcool, medicamentos e ao estresse ao qual seu cliente teria estado submetido antes do massacre.