Com o fim do segundo mandato do presidente Mahmoud Ahmadinejad, os iranianos estão prestes a se despedir de uma era marcada por polêmicas e pela retórica agressiva. No próximo dia 14, o país irá às urnas para escolher o sucessor do chefe do poder executivo local entre oito candidatos previamente selecionados pelo Conselho dos Guardiões. Apesar de nenhum dos concorrentes dar sinais de que protagonizará uma vitória disparada, analistas dão como certo que o próximo mandatário do Irã será muito mais obediente ao líder supremo do regime islâmico, o aiatolá Ali Khamenei, e fará menos barulho que seu antecessor. ;É uma competição entre conservadores, e na eleição se definirá qual tom de conservadorismo presidirá a política iraniana;, avalia Mehrzad Boroujerdi, presidente da Sociedade Internacional para Estudos Iranianos e diretor do programa de estudos sobre o Oriente Médio da Universidade Syracuse, em Nova York.
A lista dos candidatos autorizados a disputar o pleito foi divulgada em 21 de maio, e excluiu reformistas, mulheres e qualquer pessoa que não agradou os clérigos do Conselho. Uma pesquisa divulgada pelo jornal iraniano Aftab aponta Hassan Rowhani, um dos únicos concorrentes considerado centrista moderado e que deve receber o apoio de parte dos excluídos da disputa, na liderança, com 23% das intenções de voto.
;Rowhani é o principal candidato reformista e deve ter um bom desempenho;, acredita Anoush Ehteshami, especialista em política iraniana da Universidade de Durham, na Inglaterra. No entanto, ele não acredita que as sondagens realizadas até agora no país sejam significativas: ;Os dados de pesquisas no Irã são notoriamente pouco confiáveis e difíceis de avaliar, mas são um indicativo de que o interesse do eleitor está crescendo. Rowhani pode até chegar ao segundo turno, mas isso é apenas uma possibilidade;.