Agência France-Presse
postado em 10/06/2013 10:28
Berlim - A Alemanha segue lutando nesta segunda-feira contra as inundações históricas que também afetam várias regiões da Europa Central e que forçaram a retirada de centenas de pessoas às margens do rio Elba, após o rompimento de um dique, enquanto o nível do Danúbio começa a cair em Budapeste."A luta contra as inundações representa a maior intervenção realizada pelo Exército alemão em território nacional", afirmou o porta-voz do governo, Steffen Seibert. Quase 20.000 soldados foram mobilizados para ajudar os milhares de voluntários nas regiões afetadas.
O número de mortes provocadas pelas inundações na Europa Central aumentou nesta segunda-feira com a descoberta na Áustria do corpo de uma pessoa, até então desaparecida, atingida por um deslizamento de terra. Esta nova vítima eleva a 19 o número de mortos.
As perdas materiais continuam a ser difíceis de avaliar, mas as autoridades estimam em bilhões de euros.
Na Alemanha, a ruptura de um dique durante a noite em Fischbeck, região norte, provou que a situação continua tensa. As autoridades ordenaram a retirada de 400 a 500 habitantes, enquanto a cheia do Elba avança para o norte.
Este incidente obrigou o fechamento de uma ponte ferroviária, o que prejudicou as linhas Berlim-Colônia-Frankfurt.
[SAIBAMAIS]
Mais ao sul, em Magdeburg, capital do estado regional de Saxônia-Anhalt, o nível do Elba começou a cair, a 7,30 metros, depois de alcançar 7,48 m no domingo. Habitualmente, o nível do rio fica em dois metros na região.
No domingo, o governo determinou a saída de 23.500 pessoas de Magdeburg e seus arredores. O alerta ainda não foi retirado. "Podemos respirar um pouco mais aliviados, mas a tensão continua", declarou à AFP Klaus Puchta, dos serviços municipais.
O prefeito de Magdeburg, Lutz Trümper, ressaltou que sua cidade continua "em estado de emergência".
Os estados de Brandemburgo e da Baixa Saxônia esperam o aumento das águas. Em Wittenberg, em Brandenburgo, o Elba chegou a 7,85 metros no domingo, 50 centímetros a mais do que na última enchente recorde de 2002. Nesta região rural e escassamente povoada, as autoridades esperam que o rio atinja 8,20 metros de altura na terça-feira.
A chanceler alemã, Angela Merkel, também era esperada em Wittenberg na tarde desta segunda-feira para sua terceira visita às áreas alagadas em uma semana. Mais ao sul, o retorno à normalidade é lento. Em Halle, os evacuados puderam regressar às suas casas.
Mas duas barragens continuam sob vigilância, enquanto grandes contêineres foram montados pelos serviços municipais para recolher os sacos de areia quando o alerta foi retirado.
Em Mühlberg (Brandeburgo), onde o nível do Elba baixou 1,20 m desde sexta-feira, as autoridades devem autorizar 3.000 pessoas voltarem a suas casas no início da tarde.
Na Hungria, depois de atingir o nível recorde 8,91 metros no domingo, o Danúbio começou a registrar uma queda e estava a 8,88 metros. O prefeito de Budapeste, Istvan Tarlos, considerou que a situação "normalizou".
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Mas as cheias ainda atingem a atividade das fábricas de automóveis. A montadora da Suzuki em Esztergom (55 km ao norte de Budapeste) deve continuar parada nesta segunda, e enquanto o seus funcionários continuarem sem poder entrar no local em razão das muitas estradas bloqueadas. A fábrica da Audi em Gy;r (110 km a oeste de Budapeste) reordenou o trabalho de suas equipes.