Agência France-Presse
postado em 10/06/2013 17:31
Roma - A centro-esquerda foi a grande vencedora das eleições municipais realizadas neste final de semana em Roma e em outras grandes cidades italianas, num processo eleitoral que bateu recordes de abstenção. Para estas eleições municipais parciais, a esquerda venceu em 11 capitais regionais onde havia empate. O resultado confirma a força histórica da esquerda em cidades como Siena, mas mostra também uma nova tendência em tradicionais redutos da direita, como Bréscia, Treviso (comandada 20 anos pela Liga do Norte), Impéria ou Viterbo.
A vitória mais espetacular da esquerda foi em Roma, onde o médico Ignazio Marino, candidato do Partido Democrata (PD), massacrou o adversário, o atual prefeito Gianni Alemanno, membro do PDL de Silvio Berlusconi, com 63,9% contra 36,1%. A esquerda governou a "Cidade Eterna" durante quase 20 anos, de 1989 a 2008, antes de perder o lugar para o ex-neofascista Alemanno.
O atual prefeito de Roma telefonou para seu rival para garantir sua "máxima lealdade institucional". O futuro ex-prefeito ressaltou "os resultados globais pouco positivos da centro-direita na Itália", explicados por um "desencantamento" dos italianos pela política. Em Roma, somente 45% dos eleitores foram às urnas e apenas 48,6% em nível nacional (contra 60% no primeiro turno), percentual estranhamente baixo para uma Itália acostumada a participar massivamente das eleições, ultrapassando facilmente os 70%.
Marino, de 57 anos, cirurgião especializado em transplantes originário de Gênova, fez seus estudos em Roma antes de ir para os Estados Unidos. Ele se disse "muito emocionado e consciente de suas responsabilidades". Sem criticar seu adversário, acusado de "negligência" por seus detratores, o novo prefeito anunciou uma "mudança de estratégia". "Nós vamos recompensar os méritos", disse Marino diante de uma multidão de militantes reunida na praça de Pietra, no centro de Roma.
O líder interino do PD, Guglielmo Epifani, comemorou o êxito "homogêneo" da direita em nível nacional, mas ressaltou que "o partido deve ficar com os pés no chão, já que carrega uma grande responsabilidade". O resultado "reforça o executivo de união nacional", afirmou Enrico Letta, chefe do primeiro governo de centro-direita na Itália desde a segunda guerra mundial.
Como Epifani, ele se mostrou muito preocupado com o nível de abstenção. "É um sinal alarmante, precisamos refletir sobre isso", disse Letta. Para Antonio Noto, diretor do instituto de pesquisa Ipr Marketing, a falta de entusiasmo dos eleitores é um efeito da recessão que assola o país há quase dois anos. "Os novos administradores locais, entre eles os prefeitos, perdem força. Com falta de recursos financeiros, eles não podem fazer obras nem melhorar os serviços oferecidos", declarou Noto ao jornal de esquerda Reppublica.
O fenômeno parece ter sido particularmente marcante no eleitorado de centro-direita. Segundo Epifani, isto poderia ser explicado por "uma falta de enraizamento dos candidatos" da direita, muito associados a Silvio Berlusconi. "A política é cíclica e desta vez nós levamos alguns golpes, mas da próxima vez nós tentaremos vencê-los", garantiu Gianfranco Rotondi, partidário do Cavaliere.
Além do desencantamento com a classe política, estas eleições municipais confirmaram uma parada do Movimento 5 Estrelas de Beppe Grillo, que não foi ao segundo turno em nenhuma das grandes cidades. Em 2012, o movimento conseguiu a expressiva prefeitura de Parma. O ex-comediante afirmou que as vitórias de seus candidatos nos municípios de Pomezia, próximo a Roma, e Assemini, próximo a Cagliari, mostram "o inexorável caminho do M5S".
O movimento de contestação liderado por Grillo sofreu com divisões e ficou desestabilizado com a atitude de seu líder, que na semana passada chamou o Parlamento italiano de "túmulo fétido que não serve para nada". Segundo analistas políticos, os eleitores do Movimento o abandonaram por se oporem a sua postura inflexível após as eleições legislativas no final de fevereiro.
A vitória mais espetacular da esquerda foi em Roma, onde o médico Ignazio Marino, candidato do Partido Democrata (PD), massacrou o adversário, o atual prefeito Gianni Alemanno, membro do PDL de Silvio Berlusconi, com 63,9% contra 36,1%. A esquerda governou a "Cidade Eterna" durante quase 20 anos, de 1989 a 2008, antes de perder o lugar para o ex-neofascista Alemanno.
O atual prefeito de Roma telefonou para seu rival para garantir sua "máxima lealdade institucional". O futuro ex-prefeito ressaltou "os resultados globais pouco positivos da centro-direita na Itália", explicados por um "desencantamento" dos italianos pela política. Em Roma, somente 45% dos eleitores foram às urnas e apenas 48,6% em nível nacional (contra 60% no primeiro turno), percentual estranhamente baixo para uma Itália acostumada a participar massivamente das eleições, ultrapassando facilmente os 70%.
Marino, de 57 anos, cirurgião especializado em transplantes originário de Gênova, fez seus estudos em Roma antes de ir para os Estados Unidos. Ele se disse "muito emocionado e consciente de suas responsabilidades". Sem criticar seu adversário, acusado de "negligência" por seus detratores, o novo prefeito anunciou uma "mudança de estratégia". "Nós vamos recompensar os méritos", disse Marino diante de uma multidão de militantes reunida na praça de Pietra, no centro de Roma.
O líder interino do PD, Guglielmo Epifani, comemorou o êxito "homogêneo" da direita em nível nacional, mas ressaltou que "o partido deve ficar com os pés no chão, já que carrega uma grande responsabilidade". O resultado "reforça o executivo de união nacional", afirmou Enrico Letta, chefe do primeiro governo de centro-direita na Itália desde a segunda guerra mundial.
Como Epifani, ele se mostrou muito preocupado com o nível de abstenção. "É um sinal alarmante, precisamos refletir sobre isso", disse Letta. Para Antonio Noto, diretor do instituto de pesquisa Ipr Marketing, a falta de entusiasmo dos eleitores é um efeito da recessão que assola o país há quase dois anos. "Os novos administradores locais, entre eles os prefeitos, perdem força. Com falta de recursos financeiros, eles não podem fazer obras nem melhorar os serviços oferecidos", declarou Noto ao jornal de esquerda Reppublica.
O fenômeno parece ter sido particularmente marcante no eleitorado de centro-direita. Segundo Epifani, isto poderia ser explicado por "uma falta de enraizamento dos candidatos" da direita, muito associados a Silvio Berlusconi. "A política é cíclica e desta vez nós levamos alguns golpes, mas da próxima vez nós tentaremos vencê-los", garantiu Gianfranco Rotondi, partidário do Cavaliere.
Além do desencantamento com a classe política, estas eleições municipais confirmaram uma parada do Movimento 5 Estrelas de Beppe Grillo, que não foi ao segundo turno em nenhuma das grandes cidades. Em 2012, o movimento conseguiu a expressiva prefeitura de Parma. O ex-comediante afirmou que as vitórias de seus candidatos nos municípios de Pomezia, próximo a Roma, e Assemini, próximo a Cagliari, mostram "o inexorável caminho do M5S".
O movimento de contestação liderado por Grillo sofreu com divisões e ficou desestabilizado com a atitude de seu líder, que na semana passada chamou o Parlamento italiano de "túmulo fétido que não serve para nada". Segundo analistas políticos, os eleitores do Movimento o abandonaram por se oporem a sua postura inflexível após as eleições legislativas no final de fevereiro.