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Berlim pedirá explicações a Washington sobre programa de espionagem

O governo alemão enviará aos Estados Unidos uma lista de questões sobre o programa de vigilância na internet da agência americana de espionagem eletrônica NSA

Agência France-Presse
postado em 11/06/2013 16:15
Berlim - O governo alemão enviará aos Estados Unidos uma lista de questões sobre o programa de vigilância na internet da agência americana de espionagem eletrônica NSA, anunciou nesta terça-feira (11/6) o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich.

"Nós preparamos uma lista de perguntas que serão enviadas aos nossos amigos americanos" sobre o programa de monitoramento Prism, que visa interceptar comunicações e dados de internautas fora dos Estados Unidos em nove grandes redes sociais e que teve sua existência revelada pela imprensa anglo-saxã na semana passada, indicou Friedrich, em ocasião da apresentação do relatório anual do serviço de inteligência interna alemão (VS).

"Queremos saber qual é a extensão dessa atividade e quais as razões para tal atividade. Quando eu conseguir as respostas eu vou lhes contar... Provavelmente", declarou, provocando risos dos repórteres.

Também serão enviadas questões "às organizações envolvidas, Google e outras, para saber qual o tipo e a quantidade de dados que foram disponibilizados" às autoridades, acrescentou.

O presidente da VS, Hans-Georg Maassen, que também participou da coletiva de imprensa, garantiu que não tinha conhecimento deste sistema de monitoramento antes do Washington Post e do The Guardian revelarem sua existência.



O ministro do Interior lembrou ainda que a Alemanha recebeu no passado "informações muito confiáveis" da inteligência dos Estados Unidos que permitiram "evitar ataques na Alemanha". No entanto, ele declarou que não sabe se essas informações foram obtidas através do Prism.

"Os americanos não nos dizem e, além disso, nós também não contamos aos nossos parceiros de onde elas vêm, quando temos informações importantes. Esta é a maneira de agir de cada serviço de inteligência", ressaltou.

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