Agência France-Presse
postado em 13/06/2013 11:25
Cidade do Vaticano - O papa Francisco quer reforçar a colegialidade na Igreja e prevê a criação de um conselho permanente a partir da estrutura existente dos sínodos, e ressaltou nesta quinta-feira (13/6) que tem trabalhado em estreita colaboração com os oito cardeais nomeados para reformar a Igreja. Em uma conversa informal com os membros do Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos (que se reuniu em setembro/outubro, sobre o tema da Nova Evangelização), o papa Francisco declarou que deseja construir um sólido apoio para governar sobre uma base "sinodal"."É um grande desafio. Para avançarmos com a liberdade, precisamos da sinodalidade! Sigamos em frente, sem medo", recomendou, ao final da reunião, na qual deixou de lado seu discurso preparado com antecedência, e que foi transmitida no circuito interno do Vaticano. "Encontremos uma forma de coordenação entre a sinodalidade e o bispado de Roma. Neste contexto, o papel do secretariado do sínodo é extremamente importante", acrescentou. O Conselho do Sínodo dos Bispos pode se tornar um "conselho permanente", sugeriu.
Referindo-se aos problemas da família no mundo moderno, ele perguntou: "a quem confiar um estudo sobre a pastoral da família?". Os oito cardeais "vão nos dizer", assegurou. O papa nomeou oito cardeais dos cinco continentes para aconselhar e também ajudar a reformar a Constituição "Pastor Bonus" sobre a organização da Cúria. Eles vão se reunir entre os dias 1 e 3 de outubro no Vaticano.
Muitos vaticanistas acreditam que a reforma que o Papa planeja constitui em modernizar "Pastor Bonus", sem revolucionar, e aplicar as recomendações da colegialidade previstas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), que caíram em desuso. Alguns no Vaticano acreditam que este "G8" será um grupo meramente consultivo, que não competirá com a Secretaria de Estado. De qualquer forma, continua a ser um grupo informal, sem poder executivo, mas o Papa parece dar-lhe uma grande influência.
A Pastoral da Família poderia ser tratada sob a forma de "sínodo", indicou, ressaltando a importância que deve ser dada a questão. Ele também mencionou algumas "práticas da medicina que vão contra a ecologia humana" e uma "laicidade que se tornou secularismo": questões sobre as quais a Igreja deve discutir, disse.
O papa Francisco também anunciou que terminará de escrever uma encíclica sobre a fé, cujo "trabalho duro" já havia sido feito por Bento XVI, que lhe entregou para concluir. Após este texto escrito a "quatro mãos", ele poderia escrever uma exortação apostólica sobre a evangelização, sugeriu.