Agência France-Presse
postado em 14/06/2013 17:07
BONA - As negociações para um pacto climático global terminaram esta sexta-feira (14/6) com delegados reivindicando progressos, embora uma contenda processual com a Rússia tenha bloqueado importantes partes dos trabalhos em Bonn.
Faltando apenas 900 dias para o fim do prazo para a assinatura do mais ambicioso acordo ambiental das Nações Unidas, em 2015, as negociações na cidade alemã visavam a criar as bases para uma conferência em nível ministerial prevista para ocorrer em novembro em Varsóvia.
Previsto para entrar em vigor em 2020, o acordo vincularia pela primeira vez todos os países do mundo em torno de metas mensuráveis para conter as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.
O acordo pretende evitar os efeitos mais catastróficos das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento - aumento das secas, inundações, tempestades e elevação do nível do mar - alcançando a meta de limitar o aquecimento global a 2;C com relação a níveis pré-industriais.
Delegados e autoridades indicaram um clima positivo que os ajudou a explorar os vastos contornos de um acordo.
"Estamos animados com o progresso que têm sido alcançado aqui", disse a jornalistas Christiana Figueres, presidente da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Mas houve insatisfação com a objeção da Rússia que paralisou um dos três grupos de trabalho durante o encontro de 12 dias.
O Corpo Subsidiário de Implementação (SBI, na sigla em inglês) acabou jogando a toalha na terça-feira, depois de mais de uma semana de contendas sem avançar nos trabalhos.
Acusada de estabelecer políticas que comprometam os objetivos de conter o aquecimento global, a Rússia tinha insistido que a discussão sobre o procedimento fosse adicionada à agenda da SBI em Bonn.
Os russos foram apoiados pelos ucranianos e pelos bielo-russos.
Moscou repudiou a forma como terminou, em dezembro, a última grande conferência sobre o clima, realizada em Doha, no Qatar, depois que o presidente aprovou um acordo, apesar das objeções dos russos.
"É um recuo lamentável, pois significa que nenhum trabalho formal foi feito", afirmou o delegado climático europeu, Jurgen Lefevere, a respeito do bloqueio russo.
A Europa propôs uma pressão diplomática para convencer a Rússia a permitir a retomada do SBI em Varsóvia.
A SBI deveria iniciar uma discussão sobre um mecanismo global para compensar os países pelas perdas e danos provocados pelas mudanças climáticas, assim como esboçar o orçamento 2014-2015 do secretariado da UNFCCC.
Também deveria trabalhar em uma revisão sobre se a meta da ONU de 2;C deveria ser baixada para 1,5;C, mais seguro.
"Perdemos discussões muito importantes que deveriam ter acontecido", disse Azeb Girmai, representando um grupo de países pouco desenvolvidos.
"Pessoas estão morrendo enquanto falamos; territórios e ilhas estão perdendo sua capacidade produtiva", acrescentou.
Mas os delegados pareceram otimistas sobre as conversas exploratórias realizadas em um fórum mais amplo, o Grupo de Trabalho Ah Hoc sobre a Plataforma de Durban (ADP).
Segundo um comunicado da UNFCCC, "avanços concretos" foram feitos na direção de um novo pacto climático.
"Apesar do impasse, esta foi uma sessão produtiva e as partes trabalharam juntas", afirmou o negociador irlandês David Walsh.
Figueres reforçou que continua sendo possível fechar o abismo entre os compromissos de governo para conter os gases de efeito estufa e os cortes atualmente necessários.
A Europa sugeriu um sistema híbrido combinando elementos de uma abordagem "de baixo para cima", favorecida pelos Estados Unidos, em que os próprios países determinam sua contribuição, e uma abordagem "de cima para baixo", que situaria as metas nacionais sob forte escrutínio.
Segundo a ideia europeia, os países determinariam seus próprios compromissos, mas estes seriam revistos por seus pares antes de serem firmados no âmbito do novo acordo vinculante.
O grupo ambientalista Greenpeace exigiu mais urgência.
"Gostaríamos de ver um pouco da aceleração da crise (do clima) refletida nas negociações", disse a alta conselheira política do Greenpeace, Ruth Davis.
Isto incluiu países ricos pedindo dinheiro para ajudar nações em desenvolvimento a se adaptar aos impactos do clima provocados pelo aquecimento global causado pelo homem, disse Davis.
As negociações em Bonn ocorrem enquanto inundações castigavam parte da Europa Central, inclusive a Alemanha, país sede da conferência.
Figueres anunciou esta sexta-feira (14/6) que o Peru abrigará as negociações em nível ministerial de 2014. Em 2015, será a vez da França.
Faltando apenas 900 dias para o fim do prazo para a assinatura do mais ambicioso acordo ambiental das Nações Unidas, em 2015, as negociações na cidade alemã visavam a criar as bases para uma conferência em nível ministerial prevista para ocorrer em novembro em Varsóvia.
Previsto para entrar em vigor em 2020, o acordo vincularia pela primeira vez todos os países do mundo em torno de metas mensuráveis para conter as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.
O acordo pretende evitar os efeitos mais catastróficos das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento - aumento das secas, inundações, tempestades e elevação do nível do mar - alcançando a meta de limitar o aquecimento global a 2;C com relação a níveis pré-industriais.
Delegados e autoridades indicaram um clima positivo que os ajudou a explorar os vastos contornos de um acordo.
"Estamos animados com o progresso que têm sido alcançado aqui", disse a jornalistas Christiana Figueres, presidente da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Mas houve insatisfação com a objeção da Rússia que paralisou um dos três grupos de trabalho durante o encontro de 12 dias.
O Corpo Subsidiário de Implementação (SBI, na sigla em inglês) acabou jogando a toalha na terça-feira, depois de mais de uma semana de contendas sem avançar nos trabalhos.
Acusada de estabelecer políticas que comprometam os objetivos de conter o aquecimento global, a Rússia tinha insistido que a discussão sobre o procedimento fosse adicionada à agenda da SBI em Bonn.
Os russos foram apoiados pelos ucranianos e pelos bielo-russos.
Moscou repudiou a forma como terminou, em dezembro, a última grande conferência sobre o clima, realizada em Doha, no Qatar, depois que o presidente aprovou um acordo, apesar das objeções dos russos.
"É um recuo lamentável, pois significa que nenhum trabalho formal foi feito", afirmou o delegado climático europeu, Jurgen Lefevere, a respeito do bloqueio russo.
A Europa propôs uma pressão diplomática para convencer a Rússia a permitir a retomada do SBI em Varsóvia.
A SBI deveria iniciar uma discussão sobre um mecanismo global para compensar os países pelas perdas e danos provocados pelas mudanças climáticas, assim como esboçar o orçamento 2014-2015 do secretariado da UNFCCC.
Também deveria trabalhar em uma revisão sobre se a meta da ONU de 2;C deveria ser baixada para 1,5;C, mais seguro.
"Perdemos discussões muito importantes que deveriam ter acontecido", disse Azeb Girmai, representando um grupo de países pouco desenvolvidos.
"Pessoas estão morrendo enquanto falamos; territórios e ilhas estão perdendo sua capacidade produtiva", acrescentou.
Mas os delegados pareceram otimistas sobre as conversas exploratórias realizadas em um fórum mais amplo, o Grupo de Trabalho Ah Hoc sobre a Plataforma de Durban (ADP).
Segundo um comunicado da UNFCCC, "avanços concretos" foram feitos na direção de um novo pacto climático.
"Apesar do impasse, esta foi uma sessão produtiva e as partes trabalharam juntas", afirmou o negociador irlandês David Walsh.
Figueres reforçou que continua sendo possível fechar o abismo entre os compromissos de governo para conter os gases de efeito estufa e os cortes atualmente necessários.
A Europa sugeriu um sistema híbrido combinando elementos de uma abordagem "de baixo para cima", favorecida pelos Estados Unidos, em que os próprios países determinam sua contribuição, e uma abordagem "de cima para baixo", que situaria as metas nacionais sob forte escrutínio.
Segundo a ideia europeia, os países determinariam seus próprios compromissos, mas estes seriam revistos por seus pares antes de serem firmados no âmbito do novo acordo vinculante.
O grupo ambientalista Greenpeace exigiu mais urgência.
"Gostaríamos de ver um pouco da aceleração da crise (do clima) refletida nas negociações", disse a alta conselheira política do Greenpeace, Ruth Davis.
Isto incluiu países ricos pedindo dinheiro para ajudar nações em desenvolvimento a se adaptar aos impactos do clima provocados pelo aquecimento global causado pelo homem, disse Davis.
As negociações em Bonn ocorrem enquanto inundações castigavam parte da Europa Central, inclusive a Alemanha, país sede da conferência.
Figueres anunciou esta sexta-feira (14/6) que o Peru abrigará as negociações em nível ministerial de 2014. Em 2015, será a vez da França.